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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A controvérsia do QQTACONTECENO

Copiei do Urublues

 

(a Paleontologia Imaginária é um ramo da Paleontologia que trata de animais incertos; é um ramo do conhecimento que faz fronteiras com a paleontologia, a geografia, a física molecular, a psicologia e com Morretes (PR). Como membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Imaginária (SBPI) e colaborador da South American Review of Imaginary Paleontology, periódico classe A1 da CAPES, venho através deste blog fazer a divulgação científica da Palentologia Imaginária para o publico interessado em ciências)

Para Marko Monteiro e Carolina Zabini

Depois da controvérsia do Antropoceno, uma nova e maior controvérsia acende os debates científicos da Paleontologia Imaginária. Assim, os debates sobre o período Antropoceno, sua delimitação temporal e mesmo a sua existência enquanto período geológico passaram a um segundo plano. O novo período proposto é o Qqtaconteceno (Crutzen, 2017).

Segundo Monteiro (2016) trata-se de um período além de controverso, perplexo. A sucessão normal das faunas e sua disputa no ecossistema planetário estariam se dando numa velocidade até então inaudita, complicando e fazendo modificar nossa compreensão da evolução planetária (Zabini, 2016).

No Qqtaconteceno, predominou amplamente sobre os demais o gênero feicebuquis. Havia o F. destrus e o F. sinistrus, que faziam grandes disputas em pontos nodais da rede (Ortellado, 1999). A arma destes grupos era uma enzima altamente tóxica chamada textão. O textão acumulava-se em grandes áreas, em geral inviabilizado a compreensão do que estava em disputa (Mainardi, 2013). Em geral, um grupo não entendia o que o outro dizia, e grandes toneladas deste material acumularam-se no registro sedimentar (Almeida, 1946).

Outros animais do gênero feicebuquis são os F. correntinus, que criava diversas correntes de bobagens que também marcaram o registro fóssil do Qqtaconteceno (Zuckerberg, 2012, 2013, 2015). O F. narcisistus era outra espécie característica, e mostrava com frequência as festas que frequentava, batizados, casamentos e fotos de crianças fofas (Kardashian, 2014). Os mais estranhos, no entanto, são os F. abstinenticus, que se recusavam terminantemente a entrar. Dizia-se mesmo que tal espécie não existia, mas alguns exemplares foram achados juntamente com fosseis do gênero Instagranis (Favatto & Steinkpf, neste momento agora). Outro gênero característico deste período é o Tinderius sp, que tentava desesperadamente se acasalar, com resultados bastante duvidosos (Marquezine & Neymar Jr, 2014).

Mas não se trata somente do gênero feicebuquis, embora ele seja o predominante do período Qqtaconteceno. O gênero Tuitus também era muito comum (Safadão, 2015). Em geral os espécimes deste gênero eram similares aos do gênero Feicibuquis, porem mais curtos, com 140 vertebras (Porchat & Duvivier, 2012, 2013, 2016). Outra diferença qualitativa importante era que o Tuitus sp se organizavam segundo quais as espécies seguiam as outras, formando grandes aglomerados nos oceanos do Qqtaconteceno (Oparin, 1944).

Os registros também apontam mudanças ambientais causadas por grandes paquidermes como o Donaldus trumpicus do Qqtaconteceno da América do Norte. A princípio pouco representativas (1% do total), elas acabaram por tomar conta do registro no qqtaconteceno médio (Al Gore, 1999). A presença do D. trumpicus desorganizou os grandes sistemas evolutivos da região (Sanders & Clinton, 2015), determinando o avanço de espécimes predadoras mais antigas. A ligação do D. trumpicus com outros espécimes da Eurásia, como o Vladescus putinus da Russia conduziu a um retrocesso geral do registro paleontológico imaginário (Cameron, 2014).

No Brasil o Qqtaconteceno (Fora Temer, 2016) é fruto de um ambiente de estagnação paradoxalmente provocados pelos mamíferos do gênero Ministeriopublicus (Janot et al., 2014). Trata-se de uma espécie altamente seletiva, que preda somente os mamíferos esquerdos, deixando os mamíferos direitos livres para continuar predando (Calheiros & Jucá, 2016a, b). Os espécimes hoje dominantes, como os Patus amarelus e os Coxinhus raivosus são decorrência da perda de dominância de grandes espécimes do antropoceno recente como o gênero Ptistus sp. Na tentativa de extinguir as grandes espécies sindicalistas e populares não há certeza, mas há muita convicção (Dallagnol, 1933).

A perplexidade causada no Qqtaconteceno, no entanto, não é nova. Sócrates (apud Platão) já estava intrigado com o registro paleontológico da região de Qqtacontecenia, na Ásia Menor. Suas indagações sobre o Qqtaconteceno forneceram várias explicações que são utilizadas até hoje para entender o registro paleontológico imaginário. Na Alemanha, Karl Marx e Friedrich Hegel (Marx & Hegel, 1844) também propuseram explicações sobre o Qqtaconteceno, explicado como uma luta entre gêneros e ordens paleontológicas imaginárias.

Hoje há várias explicações sobre o Qqtaconteceno (Zizek, 2010; Bauman, 2011). No entanto, o registro paleontológico tem mostrado a consistente reentrada de mamíferos pleistocênicos e mesmo cretáceos nos ambientes modernos. Se o Antropoceno era um período contraditório, marcado pelas bruscas mudanças climáticas e ambientais, o Qqtaconteceno é um período onde a perplexidade faz parte do registro.

Há que se perguntar: tem algum meteoro disponível por aí?

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