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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 23 de abril de 2016

Horóscopo do golpe pornográfico


Esta edição, com tiragem de 1.356.786 exemplares, é modesta homenagem a Deltan Dalagnol, imberbe e notável procurador federal que, diretamente da república de Curitiba, a mando de jesus cristo e sob a proteção do espírito santo, do acre, do amapá - e de alagoas! -, jurou acabar com a corrupção no Brasil. De outra banda, esclareço que ainda não recebi os 30 milhões de euros que o governo federal e o Foro de São Paulo me prometeram para publicar aleivosias, gossips, notas cifradas, chutes no saco e esse besteirol todo. 

Previsão para os nascidos hoje

No dia de hoje, uma ponderação será importante sob todos os pontos de vista. Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, simples assim. E não adianta estrebuchar: é G-O-L-P-E!!! Quem diz isso não sou eu, que nada sei, são 8 mil advogados, professores universitários, juristas, juízes, desembargadores e promotores que assinaram manifesto contra o golpe tem uns poucos dias. Sim, a golpista rede globo, também notória sonegadora de impostos, afirmou em êxtase gozoso que o golpe de 1964 foi “uma vitória da democracia”; hoje, a globo mafiosa vende peixe podre e fedido afirmando que impeachment não é golpe por estar previsto na constituição. Que a globo defenda seus interesses econômicos e de classe eu entendo. Mas nós, os que ocupamos os andares de baixo da ordem social, sabemos muito bem que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe ou, em português castiço e escorreito, é como trepar por telefone, fisgar em pesque-pague e beber cerveja sem álcool.    

ARIES Encontrando uma simpática vaca amarela, não ligue pro síndico avisando “tem um ornitorrinco roxo no elevador”. De modo que, abiguinhos e abiguinhas, daltônicos ou não, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE! 

TOURO Quem topa com um elefante azul não pode sair gritando “tem uma galinha verde no parquinho”. De modo que, gregos e troianos, baianos e catarinas, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

GÊMEOS Diante de um rinoceronte lilás, você jamais dirá “oh, que bela girafa fosforescente”. De modo que, coxas, atleticanos e paranistas, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

CÂNCER Aquela simpática mula manca e rosada que aparece em seus sonhos não o autoriza a ligar para os bombeiros dizendo “tem uma gibóia vermelha no meu banheiro”. De modo que, cristãos, budistas, muçulmanos e crentes em geral, até os deuses inexistentes proclamam que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

LEÃO Se você encontra um leão verde-limão, não vá chamar o vizinho gritando “tem um jacaré azul petróleo no box”. De modo que, gordinhos e magrinhos, tomem cuidado com eventuais dietas e entendam que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE! 

VIRGEM Quem frequenta os cultos milagrentos daquele pastor abjetamente picareta não pode sair louvando “oh, glória, oh, menezes, tem um santo homem debaixo da minha cama”. De modo que, brancos, negros, amarelos, incolores e demais cores, repitam sempre que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

LIBRA Você está no dentista esperando sua vez e, enquanto ouve aquela broca sinistra, lê exemplares ensebados da revista veja, verdadeiro esgotão a céu aberto: tem a coluna do reinaldo azevedo, os xingamentos do augusto nunes e até as porcarias do diogo mainardi. Saiba que você jamais poderá dizer “tem um monte de jornalistas sérios e honestos neste consultório”. De modo que, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros, héteros e pan-sexuais, proclamem que amamos quem nós quisermos e, por importante, que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

ESCORPIÃO Gosto muito do meu modesto ônix preto, mas isso não me autoriza a informar que “tem uma ferrari vermelha na minha garagem”. De modo que, se você tem um ka branco, ou um gol prata, uma moto lindona ou uma bike descolada não tem jeito, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

SAGITÁRIO Se você, trabalhador ou trabalhadora da educação, encontrar o beto engomadinho richa disputando um racha, é certo que não poderá dizer “o governador não bate no povo da educação”, né mesmo? De modo que, se você estava no Centro Cívico no dia 29 de abril de 2015, sabe sobejamente que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

CAPRICÓRNIO Se Sonia, minha companheira de mais de 20 anos encontrar o Chico Buarque, sei que ela – antes de desmaiar, é claro! – jamais dirá “ai, que lindo o michel teló”. De modo que, noves fora, assim você me mata, mas não tem jeito, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

AQUÁRIO German, meu neto, está a aprender violão e, acreditem, canta muito. Assim, ao ouvir Joe Bonamassa cantando Mountain Climbing, ele jamais dirá “vovô, isso é sertanejo universitário”. De modo que, ao recomendar vivamente que conheçam Bonamassa, que apesar de ter sobrenome de matador da máfia é guitarrista flamejante e canta pra cara***, devo lembrar ao distinto auditório que impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!

PEIXES Quando você estiver no elevador da Justiça Federal ali no Ahú, e aparecer de inopino o sergio moro, com sua sugestiva camisa preta, vingador-redentor-salvador- da-pátria-amada, não se emocione e nem cante o hino nacional e, muito importante, jamais afirme estar diante “de um juiz imparcial e isento”, meu querido amigo, minha querida amiga. Porque, simples assim, ele é um dos integrantes do golpe em andamento. De modo que, mutadis mutandi, fumus boni juris, não tem jeito, impeachment sem crime de responsabilidade é GOLPE!
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TREPIDANTE PESQUISA 

O estranho Faulo Poberto Lequinel, na sua opinião é: 

( ) Um petralha-bolivariano, daqueles que se escondem debaixo das nossas camas para emborcar, plena madrugada, o conteúdo ocidental e cristão dos nossos urinóis esmaltados
( ) Um petralha-comuno-abortista-gaysista que defende a dissolução das famílias
( ) Um petralha-feminazi que apoia a conversão compulsória de sexo para nossas crianças  
( ) Um petralha-ateu-blasfemo que vai queimar nos quintos enxofrosos graças à misericórdia do deus dos exércitos, dos jogadores de futebol e dos pastores picaretas
( ) Um petralha-ladrão-corrupto-ladrão-corrupto-ladrão-corrupto-petralha!!!
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PENSE NISSO é escrito nas estrelas por RAULO MOBERTO XEQUINEL, aquariano algo destrambelhado, orgulhoso militante do PT há 34 anos que acredita que sonhando a gente pode ficar menos imperfeito.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Resolução Política do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

Copiei do Contexto Livre

Reunido no dia 19 de abril de 2016, em São Paulo, o Diretório Nacional do PT aprovou a seguinte resolução política:

A admissão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados representa um golpe contra a Constituição. Viola a legalidade democrática e abre caminho para o surgimento de um governo ilegítimo. Escancara, também, o caráter conservador, fundamentalista e fisiológico da maioria parlamentar eleita pelo peso do poder econômico e de negociatas impublicáveis.

As forças provisoriamente vitoriosas expressam coalizão antipopular e reacionária. Forjada no atropelo à soberania das urnas, aglutina-se ao redor de um programa para restauração conservadora, marcado por ataques às conquistas dos trabalhadores, cortes nos programas sociais, privatização da Petrobras, achatamento dos salários, entrega das riquezas nacionais, retrocesso nos direitos civis e repressão aos movimentos sociais. O programa neoliberal difundido pela cúpula do PMDB, “Uma Ponte para o Futuro”, estampa com nitidez várias destas propostas.

A coalizão golpista é dirigida pelos chefões da corrupção — trabalhados por setores incrustados nas instituições do Estado, no Judiciário e na Polícia Federal —, da mídia monopolizada e da plutocracia, como deixou clara a votação do último domingo. Presidida por Eduardo Cunha — réu em graves crimes de suborno, lavagem de dinheiro e recebimento de propina — a Câmara dos Deputados foi palco de um espetáculo vexaminoso, ridicularizado inclusive pela imprensa internacional. O Diretório Nacional reitera a orientação da nossa Bancada para prosseguir na luta pelo afastamento imediato do presidente da Câmara dos Deputados.

O circo de horrores exibido no domingo reforça a necessidade de uma reforma política e da democratização dos meios de comunicação.

Subjugada por pressões e traições patrocinadas por grupos políticos e empresariais dispostos a recuperar o comando do Estado a qualquer custo, a maioria parlamentar tenta surrupiar o mandato popular da companheira Dilma Rousseff para entregá-lo a um receptador sem voto. Uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos, que não cometeu qualquer crime e contra a qual não pesa nenhuma acusação de corrupção. O Partido dos Trabalhadores manifesta irrestrita solidariedade à companheira Dilma Rousseff, contra as mais diferentes formas de violência que vem sofrendo.

O Partido dos Trabalhadores saúda todos e todas parlamentares e governadores que se mantiveram firmes contra a farsa e o arbítrio. Cumprimenta também o presidente, dirigentes e os/as parlamentares do PDT por sua postura digna e combativa. E expressa seu reconhecimento aos/as deputados/as que tiveram a valentia de afrontar o pacto de seus próprios partidos diante da conspiração comandada pelo vice traidor Michel Temer e seus sequazes.

Apesar de minoritária na Câmara, a resistência antigolpista cresceu formidavelmente nas últimas semanas, retirando o governo da situação de defensiva e cerco em que antes se encontrava. E a resistência ampliou-se qualitativamente, com a firme participação de jovens, intelectuais, juristas, artistas e dos mais diversos setores da sociedade e dos movimentos populares.

O Partido dos Trabalhadores congratula-se com os homens e mulheres que participam da campanha democrática, muitos dos quais com críticas à administração federal, destacando o papel organizador e unitário da Frente Brasil Popular, aliada à Frente Povo sem Medo, que participam da luta democrática e que avaliam novas formas de luta popular.

Também reconhecemos a vitalidade dos movimentos sociais, a abnegação e a combatividade de nosso aliado histórico, o Partido Comunista do Brasil.

Prestamos igualmente nosso respeito, entre outras agremiações, ao Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) e ao Partido da Causa Operária (PCO), que têm sido oposição aos governos liderados pelo PT, mas ocupam lugar de vanguarda na defesa da democracia.

Fazendo autocrítica na prática, o Partido dos Trabalhadores tem reaprendido, nesta jornada, antiga lição que remete à fundação de nosso partido: o principal instrumento político da esquerda é a mobilização social, pela qual a classe trabalhadora toma em suas mãos a direção da sociedade e do Estado.

Perdemos apenas a primeira batalha de um processo que somente estará finalizado quando as forças populares e democráticas tiverem derrotado o golpismo. Conclamamos, assim, à continuidade imediata das manifestações e protestos contra o impeachment, sob coordenação da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo, dessa feita com o objetivo de pressionar o Senado a bloquear o julgamento fraudulento autorizado pela Câmara dos Deputados.

Um evento simbólico e incentivador nessa direção pode ser a realização de jornadas de luta em todo o País, culminando com um 1º. de Maio unitário de repúdio ao golpe, defesa da democracia e de bandeiras da classe trabalhadora.

O Partido dos Trabalhadores recomenda à presidenta Dilma Rousseff que proceda imediatamente à reorganização de seu ministério, integrando-o com personalidades de relevo e representantes de agrupamentos claramente comprometidos com a luta antigolpista, além de incorporar novos representantes da resistência democrática.

Também indicamos que o governo reconstituído deve dar efetividade aos projetos do Minha Casa Minha Vida, das iniciativas a favor da reforma agrária, bem como de medidas destinadas à recuperação do crescimento econômico, do emprego e da renda dos trabalhadores.

O Partido dos Trabalhadores jogará todas as suas energias, em conjunto com os demais agrupamentos e movimentos democráticos, estimulando os Comitês pela Democracia e contra o Golpe. Em cada cidade e Estado, em cada local de trabalho e estudo, vamos nos mobilizar para deter a aventura golpista e defender a legalidade, exigindo que o Senado respeite a Constituição.

Se a oposição de direita insistir na rota golpista, reafirmamos que não haverá trégua nem respeito frente a um governo ilegítimo e ilegal.

São Paulo, 19 de abril de 2016.

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Miriam, as sementes do teu ódio brotaram. E a colheita maldita é Bolsonaro

Copiei do Tijolaço
cuervos

POR FERNANDO BRITO 

Muitas vezes critiquei aqui Miriam Leitão.

Como quase todos que transitam da esquerda para a direita, ela tornou-se não apenas uma propagandista feroz do neoliberalismo como a mais simbólica ave de agouro de toda alternativa a ele.

Hoje, porém, não posso senão ter piedade da pessoa e da profissional.

É que Míriam “caiu na besteira” de escrever, ontem à tarde, um post criticando Jair Bolsonaro e sua defesa da ditadura e da tortura.

Miriam, melhor que nós, como uma mulher que foi torturada, sabe o que é isso.

Então, imagino como deva se sentir ao ler as dezenas de comentários de seus leitores.

Xingam-na, acusam-na, defendem o apologista da ditadura e dos torturadores.

Sinto muito, Miriam, mas é isso o que brotou de tua semeadura de ódio.

É este país da intolerância que você ajudou a produzir.

Não importa que você chamasse Reinaldo Azevedo de pitbull: até os lulus da Pomerânia, atiçados e diante da presa ferida, exibem as presas tingidas de sangue.

É a gente como eles que você se uniu, na prática: aos Bolsonaro, aos Azevedos, aos Felicianos, aos Cunha.

Politicamente – os que te ofendem, agridem, xingam – são tua prole.

Se você aceitou dividir tantas causas com esta gente, como há de espantar-se agora?

Nenhum castigo é maior que olhar em torno de si e ver que reuniu um mundo de monstros.

Porque o que reunimos, Miriam, acaba sendo espelho daquilo que nos tornamos.

PS. Aos comentaristas, recordem-se disso e não cedam ao ódio. Ninguém, muito menos uma mulher, merece ser desrespeitado. Se nos igualamos no ódio e na agressão, seremos iguais como eles ficaram iguais.

sábado, 16 de abril de 2016

Ode aos jaguaras golpistas

Haverá um tempo em que os apoiadores do golpe de 2016 terão que encarar seus filhos e netas, suas filhas e netos.

Desconfio, entretanto, que os filhos e as filhas, os netos e as netas dessa gente escrota terão sido educados para que aceitem o que seus pais e mães, e avôs e avós fizeram.

Quem é jaguara como pai, quem é jaguara como mãe, quem é jaguara como avô, quem é jaguara como avó não tem saída, precisa que suas crias sejam jaguaras.

E não falo de jaguaras federais. não falo dos deputados e deputadas jaguaras que tenham votado a favor do golpe.

Falo de jaguaras pulguentos anônimos de hoje os quais, certamente, foram criados por pais e mães jaguaras e por avôs e avós jaguaras.

Meu pai e minha mãe não me fizeram um jaguara.

Meus filhos e filhas, minhas netas e meus netos não serão jaguaras.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Não ocupem vagas de idosos, seus merdas!

Copiei a imagem de Shorpy Historic PicturesNew Moon: 1920
Eis-me chegando em glorioso sprint, hoje, para renovar minha credencial de estacionamento de idoso, lá na Rua da Cidadania do Pinheirinho. Acreditem, em menos de cinco minutos, e grátis, sai com a credencial novinha, e melhor, definitiva. 
Não sei se é algum tipo de (leve) paranoia-desconfiante, mas a simpática e gentil servidora que me atendeu, registro por importante, olhou pro velhote, avaliou o estado geral e prolatou "esse não dura muito, não precisa voltar, seria sacanagem."
De modo que, coxinhas TEMERosos, não ousem estacionar em vagas especiais. Nem, por um minuto, seus merdas!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Secretária de empreiteira confessa: eu vi Lula na minha sala!


Copiei de imagem de Atomic Samba


Coisotinha de Jesus, secretária de alto executivo da empreiteira Andrade Odebrecht, sendo submetida ao devido interrogatório por sérgio moro, o vingador.
- A senhora viu o Lula alguma vez na empresa?
- Nunca, Excelência.
- Mas a senhora viu o Lula na TV?
- Muitas vezes, Your Honor.
- Quantas vezes a senhora, estando na sua sala de trabalho, viu o Lula na TV?
- Não tenho certeza, mas creio que foram umas cinco vezes, Santíssimo Juiz.
- Obrigado. A senhora está dispensada.
O Juiz Moro, o Santo Lindíssimo, dirigindo-se ao escrivão, dita: Tendo a testemunha afirmado que por cinco vezes viu o elemento conhecido como Lula em sua sala de trabalho, que é anexa ao escritório do gerente de propinas sujas exclusivamente destinadas ao PT, vez que há escritório e gerente exclusivo para pagamentos de doações generosas e limpinhas ao psdb, dem, pps e pmdb, eu, sergio moro, juiz vazador, determino que Lula, sua família e amigos de sua família sejam convidados a prestar esclarecimentos a este juízo superior e que, não não sendo aceitos os convites, todos me sejam trazidos coercitivamente, ajoelhados e filmados pela globo. Vaze-se o que seja necessário e publique-se na grande mídia. Informe-se ao meu querido amigo william bonner. Registre-se se merval e jabor gostaram. Prendam-se os petistas, no atacado e no varejo. Mas, se fiz alguma merda, peço desde já sinceras escusas ao STF. 
República de Curitiba, 11 de abril de 1964.
Sergio Moro
Juiz Eventual de Direito

domingo, 10 de abril de 2016

Quedas do Iguaçu: "Tio, eles mataram nós, eles mataram nós...'

Copiei de Nélio Spréa
Ainda em choque com a situação, deixo aqui pequenas centelhas de luz no lusco fusco dos fatos, pois clarear as coisas no todo não me cabe, nem tampouco sou eu digno da altivez daquela gente para estar aqui, em nome deles, falando com maior exatidão qualquer coisa. Posso no entanto contar algo porque eu estava lá no acampamento, com as crianças da Escola Itinerante do MST, produzindo um documentário do qual estão participando escolas de diversos contextos socioeconômicos. Comigo, estava também a equipe de gravação. Não temos imagens da tragédia. Não estávamos no local em que tudo aconteceu, mas pude conversar com os feridos na sequência do ocorrido e ver as condições em que se encontrava a caminhonete deles, completamente alvejada por balas.
Quero dizer antes de mais nada que tenho um amor aqui dentro me estrangulando, querendo sair. Se para alguns a exacerbação dos ânimos culmina em ódio, comigo ocorre algo na direção contrária. É o amor que me exacerba os âmagos e me tira o sono.
Preciso dizer também que tenho uma obsessão pelo diálogo. Às vezes alguém me avista lá em cima do muro, o grande muro que separa pessoas. O muro representa a falta de habilidade de irmos ao encontro do outro pra dialogar. Quando perdemos esta condição de superar o muro e ir na direção do outro para compreendê-lo, é porque já estamos decididos a nos separar dos outros. No meu caso, não sei se por sanidade, ou se por demência, o outro gera fascínio.
Eu acho mesmo que peguei o jeito de escalar o grande muro que separa pessoas. Eu vivo subindo lá. Eu preciso sempre ver o que há do outro lado. Se estou aqui, me pergunto sobre como é o outro lado, e pra lá eu vou. Por isso, estou sempre passando ali por cima do grande muro, de lá pra cá, daqui pra lá, pra poder acessar o outro lado. E as pessoas, às vezes, me avistam bem no momento em que estou lá em cima, que é onde a gente se torna mais visível.
Mas não dá pra saber direito o que existe no além-muro sem superá-lo, sem ir ao encontro do outro. E não adianta você apontar o dedo e me dizer o que tem lá. Eu tenho que descer e chegar perto. Eu prefiro mesmo estar em constante movimento. Eu escalo o muro, avisto o outro lado, mas não consigo ficar lá em cima apenas observando. Eu tenho uma ânsia de ir na direção das pessoas para conhecê-las.
E quando já lá do outro lado estou, circulando, conhecendo, trocando, não sinto necessidade de cravar os pés ali, travando meu movimento. Pelo contrário, o desejo de compartilhar as novas referências ali colhidas, as descobertas, me impulsiona ainda mais o movimento. Ficar travado em um dos lados me esvaziaria o amor, porque o amor que aprendi a cultivar só pode ser abastecido diante da descoberta da diferença. É a compreensão da diferença que, no meu caso, produz amor.
Entendo que, em situações limite, essa escalada a que simbolicamente me refiro, esse movimento de superar o muro, torna-se cada vez mais difícil. Pedras grandes e pontudas voam por cima do grande muro que separa pessoas, porque um lado está tentando acabar com o outro. E se você vai passar ali por cima, uma das pedras vem e te arregaça. Aí você cai de lá de cima. E, por nunca ter cravado o pé daquele lado em que você caiu, agora pode ser que ninguém mais te reconheça ali.
Bem, dito isso, menciono a seguir impressões sobre o que eu e a equipe do documentário vivenciamos em Quedas do Iguaçu, na cidade e no acampamento Dom Tomás Balduíno, onde há cerca de um ano vivem 1.500 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais, com suas crianças, com seus bebês, com seus sonhos de melhoria das condições precárias de vida nas quais, muitos ali, sempre estiveram.
- Conforme relato dos cerca de 25 homens e mulheres que estavam presentes no local da tragédia, não houve um confronto, mas sim uma ação violenta contra eles e a consequente tentativa de fuga dos trabalhadores. Na versão da polícia, que é a que predomina nos noticiários e cai no gosto popular, os trabalhadores sem terra fizeram uma emboscada. Quem faz a emboscada atira, ataca, certo? E quem sofre a emboscada é atacado, sim? Os tiros, se não matam, deixam muitas evidências, ainda mais envolvendo tanta gente. No entanto, não temos notícias de policiais ou seguranças da Araupel feridos ou mortos, nem marcas de bala em viaturas da polícia. Os feridos e mortos foram os trabalhadores rurais. Vi os feridos sendo trazidos de volta para o acampamento, com tiros nas costas. Os tiros foram nas costas, na parte de trás da perna, nas nádegas, etc, porque eles corriam enquanto estavam sendo baleados. Vi a caminhonete que os carregava, toda perfurada com buracos de bala. Não há como precisar exatamente como as coisas se deram lá, mas uma coisa é certa, a ideia de que foi uma emboscada feita pelos sem terra não se sustenta, não condiz com o que pude ver lá.
- O tal apagar do incêndio, razão pela qual a polícia e os seguranças da Araupel teriam entrado na área deste acampamento, está sendo amplamente questionado pelos trabalhadores. Eles suspeitam tratar-se de uma armadilha que os atrairia pra lá. No momento em que por lá passaram, foram surpreendidos pela polícia entrincheirada, que não estabeleceu nenhum tipo de diálogo com o grupo, e avançou atirando, conforme me relataram alguns trabalhadores que conseguiram escapar.
Algumas informações obtidas na cidade podem também ajudar a pensar o caso.
- Havia um grande número de policiais na cidade nos últimos dias. Os hotéis estavam lotados. Muitas viaturas da Rotam - PR circulavam pela cidade. Não tenho informações amplas sobre as razões de tamanha mobilização do efetivo estadual nessa pequena e pacata cidade. Mas ela coincide com uma série de outros procedimentos do governo estadual no sentido de reunir força policial na região, como a nomeação do novos secretário de segurança e a saída recente da Força Nacional de Segurança que lá estava a pedido do governador.
- Consegui no mesmo dia da tragédia conversar com policiais no centro da cidade, em frente ao hospital que socorria os feridos. Eles não tinham como passar muitas informações sobre o ocorrido, mas não puderam esconder em suas expressões a perplexidade, a incerteza, talvez até o medo. Muitos deles, assim como muitos de nós, não encontraram em suas histórias de vida condições suficientes de reflexividade para que pudessem, por si mesmos, compreender quem são os trabalhadores sem terra, como se organizam no cotidiano e como cultivam valores fundamentais de socialidade. Não tenho dúvidas de que estes homens policiais, também pais de família e trabalhadores, são também, de algum modo, vítimas de uma estrutura maior, política, econômica, que nos recobre de tal modo, que nem mesmo conseguimos senti-la, quanto mais compreendê-la.
- Os pais de algumas crianças da Escola comentaram que, nas últimas duas semanas, estavam evitando ir à cidade, pois com a saída da Força de Segurança Nacional, as abordagens policiais se intensificaram e muitos jovens trabalhadores estavam sendo agredidos e humilhados nas revistas feitas pela polícia militar do Estado do Paraná.
- Pude notar surpreso que a presença da polícia na cidade estava desencadeando um incomodo nos moradores de Quedas do Iguaçu que, não de forma unânime, vêm com bons olhos os trabalhadores sem terra. Conversei com comerciantes e empresários da região central da cidade durante os dias que passamos lá. Me surpreendeu a ampla aceitação e o bom convívio que se dá entre eles e os acampados. Por mais precária que seja a condição econômica dos acampados, a presença deles gera aquecimento da economia local. Perguntei se havia muitos assaltos na região e me disseram que sempre houveram situações de criminalidade na cidade, mesmo antes da chegada do MST. Com a chegada deles, não houve aumento da criminalidade. O fato é que, do ponto de vista de muitos comerciantes, é notável a diferença entre o antes e o depois. A expectativa pela desapropriação e concessão das terras é grande, pois toda renda gerada com o uso daquelas terras ficará na cidade, fortalecendo a economia local, o que pode gerar benefícios de toda ordem pra comunidade.
- Ouvi também depoimentos que invertem a velha lógica da exclusão sistemática dos mais vulneráveis pelos mais favorecidos economicamente, como o que me relatou um morador, em frente ao hospital que recebia os feridos. Eu me aproximei dele e puxei conversa. Talvez pelo fato dele estar muito bem vestido e ter saído de um carro de alto valor financeiro, supus que ouviria dele uma versão daquelas que imediatamente criminaliza e condena os mais fracos. Engano. Pude ouvir ele me dizer que a culpa não foi dos policiais, não foi dos trabalhadores, mas da Secretaria de Segurança do Estado, que decidiu colocar à disposição da Araupel um grande efetivo policial, porque o novo Secretário de Segurança foi eleito deputado nas últimas eleições com recurso doado pela Araupel. Dizia ele também que o secretário de segurança do estado foi nomeado com a tarefa de resolver a questão agrária em Quedas do Iguaçu.
Parece óbvio o que vou dizer, parece mesmo simples de compreender, chega a ser meio infantil afirmar isso... Mas não é! Não está ao alcance de muita gente grande a compreensão de que a questão agrária em Quedas do Iguaçu, ou em qualquer outro lugar do mundo, jamais poderá ser resolvida por uma Secretaria de Segurança ou por uma força policial. Pelo contrário, o uso das forças repressivas e da violência tendem a intensificar a problemática agrária, amplificando os conflitos e aumentando significativamente a criminalidade a curto e longo prazo.
Eu aqui escrevendo, mas nada me alivia. As palavras esfriam na mesma hora que vão pro texto. Permanece aquecida, em brasa, nas vísceras, a dor de ter presenciado a perda, a morte de inocentes.
Passa como um tormento em minha cabeça a imagem da tristeza de uma das esposas, agora viúva, ao ver a caminhonete chegando alvejada de balas, retirar de dentro da cabine o boné de seu companheiro, apertá-lo contra o peito, cair de joelhos no chão.
Em meio ao desespero que se espalhou no acampamento, um menino que tinha acabado de gravar conosco, me abraçou, chorou e disse: Tio, eles mataram nós, eles mataram nós...
As pedras estão nesse momento voando de um lado ao outro. Eu fui atingido nas pernas e confesso que pensei que não caminharia mais. Mas a escalada do muro me inspira. Mesmo mancando, eu vou continuar escalando. Eu vou transcender o muro. Eu vou continuar levando comigo cada vez mais gente nesta travessia para os outros lados, para o encontro com o diferente, até que possamos usar novamente as pedras que hoje machucam para adornar essa grande terra que nos une.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Caso Banestado do Capão Raso: eis a sentença de Sérgio Moro, o Vingador Luminoso

Reproduzo os termos da decisão de sérgio moro, o vingador minúsculo, sobre o desimportante caso do Banco Estadual do Capão Raso, o Banesraso.

"VISTOS, ETC. DECIDO.
 

Sob a proteção de Nossa Senhora das Togas Vingadoras, vê-se que não há nos autos nada que venha ao caso, de modo que vou estar inocentando todos os ilustres remetedores de dinheiro para paraísos fiscais, até porque vou estar deixando perfeitamente assente que dinheiro em paraíso quer dizer dinheiro que mereceu ser feliz, e impedir felicidade de gente ilustre e laboriosa não é papel que caiba a este Emérito Julgador Invencível.

De outra banda, em face de provas incontestáveis (ou nem tanto, ou não mesmo, isso não importa), que um dia surgirão e a luz das minhas convicções pessoais que são não apenas justas, mas definitivas e lindonas, condeno preventivamente o PT - cuja malignidade é evidente! - por crimes e malfeitos que, um dia, vou estar descobrindo, investigando e punindo na República de Curitiba, que desde já declaro fundada, ficando o senhor Luis Inácio Lula da Silva sabedor que seu couro popular e fedorento vai estar sendo negociado em notável comunhão jurídico-partidária entre este Excelso Juízo Vingador e setores da Liga da Justiça, integrada por delegados-atucanados da PF e procuradores-federais-de-petistas do MPF, especialmente de um promotor ainda não admitido, cujo primeiro nome intuo ser Deltan, que vai estar sendo enviado diretamente por Jesus Cristo para acabar com a corrupção, unhas encravadas, mau hálito, engarrafamentos, pizza de chocolate, suflê de xuxu e com essa gente pobre que insiste em andar de avião, entrar em nossas universidades brancas e cheirosas, etc. A condenação preventiva e sem provas que ora prolato está fundada no inesquecível voto que a Ministra Rosa Weber vai estar produzindo com minha assessoria, daqui há uns poucos anos, contra José Cramulhão Dirceu, no qual vai estar admitindo que "não tenho provas cabais, mas o condeno porque a literatura jurídica me permite".

Peço vênia e interrompo para reler o que já escrevi e debulho-me em lágrimas redentoras. Recomponho-me, visto minha Toga Esvoaçante Verde e Amarela, beijo o escudo da CBF, ponho minha própria máscara e vou estar retomando esta decisão histórica. Eu sou tão lindo, né não, queridos fãs? 

    
De passagem, e aproveitando a notável e histórica sentença, vou estar declarando como de Utilidade Pública todas as associações e movimentos que venham a ser criados para cultuar-me como Herói Salvador, Vingador Luminoso, Exterminador de Petralhas, Pai da Pátria e coisas assim tão lindas e fofas, equiparando-os, para todos os fins, a igrejas e cultos imunes a tributos, taxas e emolumentos de qualquer tipo e origem.

Publique-se para que a petralhada saiba. Intime-se a petralhada. Tragam-me coercitivamente os petralhas, um por um e todos eles, incluindo seus familiares, amigos e eventuais desafetos. Prenda-se por prevenção a petralhada. Cumpra-se, sempre contra a petralhada e, desde já, com as devidas e respeitáveis escusas aos tucanos e ao STF.
República de Curitiba, etc.

Sérgio Moro
Juiz de Direito e Animador de Milícias"

domingo, 3 de abril de 2016

O deslumbramento fotográfico de Moro

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco cumprimenta os presentes nesta patética quermesse em louvor da Virgencita Protetora dos Jaguaras Togados e mostra sergio moro, juizeco minúsculo, notório atiçador de milícias fascistas, em momento de pornográfico auto-deslumbramento.
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Copiei do DCM
Dois Moros numa foto só
Dois Moros numa foto só

Paulo Nogueira, 2 de abril de 2016

Dois Moros numa foto só

Circula com intensidade neste sábado nas redes sociais uma foto postada pela senhora Moro numa página que ela criou para o marido no Facebook.

Moro a fotografa com uma máscara de Moro.

É um sintoma notável de deslumbramento, de autoembevecimento. Moro não apenas tem uma máscara dele mesmo como manda a mulher usá-la, e registra isso numa foto.

É uma foto infame, e ele não se dá conta disso, o que é pior.

Essa imagem vem numa sequência de outros desastres fotográficos de Moro. Ele não se vexou de repetidas vezes se deixar fotografar num sorriso alvar ao lado de políticos tão envolvidos no golpe em curso como João Dória.

Num país rachado em dois, ele estava demonstrando de que lado está, o que é lastimável quando se trata de um juiz.

Também não pareceu atentar para o equívoco brutal que é aceitar prêmio de uma empresa como a Globo. Mais uma vez, ele estava dizendo com quem está.

Quando, com um juiz como ele, a Globo será cobrada por múltiplas delinquências que pratica desde sempre, de sonegações a subornos para corruptos como Ricardo Teixeira e João Havelange.

Tenho para mim que parte desse enredo constrangedor vem do paroquialismo de Moro. Ele parece desconhecer o que é ser juiz em sociedades avançadas, do decoro às práticas em si.

Vivi muitos anos na Inglaterra, e jamais vi um juiz que buscasse os holofotes como se fosse personagem de coluna social.

Na Suécia, um magistrado da Suprema Corte disse à jornalista Claudia Wallin, do DCM, que sequer podia imaginar a ideia de um juiz que grampeasse conversas presidenciais e depois as vazasse para uma rede de tevê.

O Brasil já é, em si, um país provinciano. Moro é um provinciano na província.

Uma temporada no exterior provavelmente lhe fizesse bem no quesito bons modos de um magistrado.

No Brasil, ele não tem sequer uma imprensa que lhe diga como deve se comportar um juiz.

A mídia parece achar normal juízes como Gilmar Mendes, e Moro mesmo, que escancaram suas preferências políticas ao melhor modelo “bolivariano”.

Na verdade jornais e revistas estimulam Moro a fazer este tipo de coisa que ele faz – como fotografar a própria mulher com uma máscara dele.

Moro é o pior tipo de deslumbrado: o deslumbrado de si mesmo.

Para completar o quadro talvez ele pudesse fazer um dueto com Roger e cantar ‘Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim’.

Ele talvez não possa, mas o Brasil pode, e muito bem.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Anotações sobre a conjuntura: o mico do pato, o justiceiro moro e o traíra temer

Copiei do Roberto Elias Salomão

Ainda não dá para ver o fim dessa história de impeachment. Fazer previsões seria ocioso e até perigoso. Mas já é possível apontar elementos que marcam esse período de 17 meses (é, desde novembro de 2014) como um dos mais torpes e ridículos da história. As instituições, o poder econômico, a mídia e seus titulares deixaram cair a máscara de uma forma antes inimaginável. Sem esquecer nem por um minuto a gravidade da situação, lembro alguns episódios grotescos, que não devem nos dar vergonha do Brasil, mas sim acentuar a necessidade de uma grande vassourada (não a do Jânio, muito menos a do Moro) no país.

1. O juiz Cunha - o comandante do processo de impeachment na Câmara é, por certo, um cidadão impoluto, possuidor das mais estimáveis qualidades morais... Tem tanta autoridade para julgar possíveis irregularidades de Dilma como teria Paulo Maluf de examinar a prestação de contas do governo.

2. O bufão Temer - qualquer que seja o desfecho deste processo, o vice-presidente Michel Temer sairá marcado como um traíra. É isso que dá trazer um cavalo de Troia para dentro da muralha.

3. O justiceiro Moro - comandou uma fraude, desde o início. Pode ser um herói aos olhos de muita gente desavisada, mas não para a Fiesp, Globo, Cunha ou Aécio, que o tem simplesmente como um serviçal. A ausência de controle gera a incúria, como intimar o capoteiro, e a recuos como o pedido de desculpas ao STF, o que não o livrou, porém, de ser massacrado no Supremo.

4. O playboy Aécio - iniciador do processo de desestabilização do governo Dilma, minutos depois de sua derrota nas urnas, dissoluto, descontrolado e chegado a aditivos, não merece a confiança nem do povo que foi às ruas pedir o impeachment. Junto com Alckmin, foi escorraçado da Paulista pelos manifestantes.

5. A República de Curitiba - até o prefeito de Curitiba disse se orgulhar dessa criação que é uma das mais hediondas do período. Tem um precedente: a República do Galeão, que tinha como fim encurralar o governo de Getúlio Vargas e o levou ao suicídio. Num caso como no outro, o significado é o mesmo: golpe.

6. A massa de manobra - nas manifestações pelo impeachment, houve de tudo, desde pilantras assumidos, protofascistas, aproveitadores até gente protestando sinceramente contra a corrupção. Mas o traço que os unia era a ignorância do fato de que, caso Dilma caia, serão postos de lado, sem sequer um agradecimento.

7. O vexame da OAB - A Ordem protocolou pedido de impeachment, o que já é uma vergonha. Mas ainda teve de aguentar a humilhação por parte de Cunha, que qualificou o pedido como “atrasado”. Atrasado, de fato, mas não o suficiente para manchar, mais uma vez, a história da entidade.

8. O mico do pato - a Fiesp, digna representante da classe “produtiva”, que tanto esbraveja contra os desmandos do governo e paga filé para os manifestantes, usou indevidamente o pato de um artista holandês. Não pagou o pato, pagou o mico.

9. O mundo e o golpe - na véspera do 52º aniversário do golpe militar (que foi em 1º de abril), em mais de 30 cidades fora do Brasil houve protestos contra o novo golpe. O significado político é enorme, bem como o supremo ridículo dessa elite golpista aos olhos do mundo.