Tem um poema entalado na garganta
Atravessado feito espinha de peixe
Parado no aqui no sufoco do peito
O que faço com ele
Dou nele umas porradas
Exijo que se mostre
Pego ele pelos cabelos
E o exponho inteiro
Trago ele a lume
Ele e sua cicatriz
Berro com ele seu poema de merda
Coloco ele nos fedores do mundo
No seu devido lugar
Poemas são difíceis
Merecem apanhar na bunda
Os meus merecem
Poemas descabelados
Poemas entalados
Na garganta e na vida
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