SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Carta Aberta aos deputados federais do PT que apoiam a porra da PEC 0012/2015 que coloca Deus, o inexistente patifão esfumaçado, no comando do Brasil

Assis do Couto (PT/PR) dep.assisdocouto@camara.leg.br
Caetano (PT/BA) dep.caetano@camara.leg.br
Carlos Zarattini (PT/SP)dep.carloszarattini@camara.leg.br
Fernando Marroni (PT/RS) dep.fernandomarroni@camara.leg.br
Givaldo Vieira (PT/ES): dep.givaldovieira@camara.leg.br
Helder Salomão (PT/ES): dep.heldersalomao@camara.leg.br
João Daniel (PT/SE): dep.joaodaniel@camara.leg.br
Marcon (PT/RS): dep.marcon@camara.leg.br
Paulo Pimenta (PT/RS): dep.paulopimenta@camara.leg.br
Weliton Prado (PT/MG): dep.welitonprado@camara.leg.br

Constato (aqui) que vocês estão entre os 172 deputados que apoiam a PEC 0012/2015, proposta pelo lunático em cristo e descerebrado deputado Daciolo (PSOL/RJ), que pretende inscrever em nossa Constituição que todo poder emana, não do povo, mas de Deus, o notório e inexistente patifão esfumaçado que vive nas nuvens e nas cabeças vazias de muita gente.

Não me espanta que que notórios picaretas religiosos como Marco Feliciano (PSC/SP) e que o sinistro João Campos (PSDB/GO), chefão da pocilga fedorenta chamada de Frente Parlamentar Evangélica, apoiem esta excrescência.

Agora, ver vocês metendo o pé na lama do atraso, da intolerância, de mais este ataque ao estado laico é definitivamente inaceitável.

Petista dos antigos - dos barbudos - quero dizer que vocês todos me envergonham.

Está cada vez mais difícil ser petista: em março, sedes do PT foram alvo de bombas e Dilma inagura seu segundo mandato promovendo arrocho e ataques aos direitos dos trabalhadores.

E vocês, agora, lançam bombas incendiárias contra o Estado Laico.(mensagem enviada às 20h12)

domingo, 29 de março de 2015

Sobre a menina síria que se rende ao confundir câmera fotográfica com uma arma

Copiei de Conti Outra
(com autorização expressa de Josie Conti)


MENINA SÍRIA 

Por Nara Rúbia Ribeiro

Quando ainda menina, lia muito Drummond. Achava um exagero ele dizer que chegaria um tempo de absoluta depuração, em que “(…) os olhos não choram./E as mãos tecem apenas o rude trabalho./E o coração está seco.” Mas hoje eu vi no noticiário uma cena muito peculiar, e a verdade do poema me veio à alma, imediatamente. Um fotógrafo, ao tentar retratar a vida das crianças sírias, conseguiu captar não a frieza deste mundo, mas já a sua consequência. Ele enquadra a criança em sua lente e essa levanta os braços, rendida, pensando ser uma arma.

Deus! Que mundo é este, onde a inocência caminha de mãos levantadas e a alma do mundo não sangra, e os olhos dos homens não choram, e a dor já não nos pode chocar? Que mundo é este cujos avanços tecnológicos não encontram eco na evolução moral dos indivíduos e onde só o que conta são os cifrões?

Um mundo cujo colorido já não é convidativo aos olhos. Onde a beleza é preterida. Onde a pureza dos pequeninos ainda é roubada e banhada do sangue de seus pares, de seus pais e, não raro, do seu próprio sangue. Um mundo cujas crianças já têm a esperança prematuramente envelhecida pela dor que transborda dos noticiários e que não raro floresce ao seu lado. Um mundo em que, a cada dia, o homem teme mais e mais o próprio homem.

Frequentei um curso, há um tempo, e algo me deixou sobremodo perplexa. O instrutor mostrava-nos diversos vídeos com acidentes causados por veículos. Em dada situação, um homem fora atropelado por não olhar para a sua direita quando um carro vinha na contra mão.  Alguns dos colegas, a maioria jovens entre 18 e 25 anos, riram da cena. Noutro atropelamento, a maioria riu. Esboçaram alguma comoção, leve, quando uma criança foi atropelada. Mas, pasmem: um cachorro foi atropelado e, nesse momento, houve uma comoção geral: “Ah, pobrezinho! Tadinho dele!”.  

A banalização da dor do outro é hoje tamanha que os jovens se identificam mais e se comovem mais com a dor de um animal que com a dor de um homem ou de uma criança.

A dor do outro é estatística. “Quanta mortes, mesmo, na Síria? Quantos desabrigados no Acre? Quantas mulheres são agredidas por ano? Quantas crianças são estupradas por parentes próximos?” Não! Essa postura desmerece o infinito que somos, desautoriza a angelitude a que estamos destinados, desmente a centelha do Eterno que permeia a alma de cada um de nós!

Necessitamos ver o outro como parte desprendida, mas ainda ligada a nós por lanços infindáveis de natureza espiritual. Ninguém pode ser plenamente feliz enquanto um só de nós estiver de braços levantados, rendida criança assustada pelos estrondos da guerra, cativa da dor e da morte. Esfomeada de uma Justiça que ela não pode compreender ou dizer, mas, humana que é, já a pode desejar e de sua falta se ressentir.

Que esta criança que hoje vi de mãos levantadas por confundir a câmera com uma arma possa ainda, é o que utopicamente desejo, levantar novamente as suas mãos, mas não por medo. Que ela ainda possa, na pontinha dos pés, elevar os seus braços para brincar com as estrelas.

Querem saber se existe racismo no Brasil? Façam o Teste do Pescoço!

Copiei de Luh Souza

TESTE DO PESCOÇO

1. Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros/as são balconistas;

2. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as de ponta como Objetivo, Dante Alighieri, entre outras, espiche o pescoço pra dentro das salas e conte quantos alunos negros/as há. Aproveite, conte quantos professores são negros/as e quantos estão varrendo o chão;

3. Vá em hospitais tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos pacientes são negros, meta o pescoço a contar quantos negros médicos há, e aproveite para meter o pescoço nos corredores e conte quantos negros/as limpam o chão;

4. Quando der uma volta num Shopping, ou no centro comercial de seu bairro, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas de moda, nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos negros fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc;

5. Vá às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há por lá: professores, alunos e serviçais;

6. Espiche o pescoço numa reunião dos partidos PSDB e DEM, como exemplo, conte quantos políticos são negros desde a fundação dos mesmos, e depois reflitam a respeito de serem contra todas as reivindicações da etnia negra;

7. Gire o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos cubanos que possivelmente irão chegar, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam;

8. Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores, conte quantos são brancos, é mais fácil;

9. Gire o pescoço a procurar quantas empregadas domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são de etnia branca. Depois pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus, ou orientais, não serem vistos embaixo das pontes ou em favelas ou na mendigância ou varrendo o chão;

10. Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. No Globo, Pequenas Empresas&Grandes Negócios, quantos empresários são negros?

11. Nas programações das Tvs abertas, acessível à maioria da população, gire o pescoço nas programações e conte quantos apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal, artistas em estado de estrelato, são negros. Onde as crianças negras se veem representadas?

Sugestões enviadas:

1. Enfiar o pescoço dentro das instituições bancárias e contar quantos negros são gerentes, quantos são caixas e quantos são faxineiros. (Margot Jung)

2. Nunca tive professores negros. Nunca fui consultada por médicos negros. Em contas bancárias, nunca tive gerentes negros. E muitos ainda insistem em dizer que em nosso país todos têm os mesmos direitos e oportunidades. Onde estão? (Priscila Gomes)

Agora o Teste do Pescoço tem VOZ!
Pra quem tem preguiça de ler... Ouçam!
(AQUI)

Aplique o Teste do Pescoço em todos os lugares e depois tire sua própria conclusão. Questione-se se de fato somos um país pluricultural, uma Democracia Racial e se somos tratados iguais perante a lei?!

* Você descobriu mais alguma coisa? Envie-nos para acrescentarmos a esta lista.

* * Este teste me foi ensinado pelo amigo Francisco Antero, e tenho adaptado no meu dia a dia. Foi assim que eu comecei a perceber todas as desigualdades existentes no meu país e mudei a minha opinião à respeito das Cotas Raciais para Negros e Índios.

*Curta a página e saiba nossa história preta! História Preta - Fatos & Fotos.

sexta-feira, 27 de março de 2015

A cadela fascista está no cio, faminta e baba pelos cantos da boca torta. E lança bombas contra sedes do PT

 



1. Bombas atingiram sedes do PT (uma no dia 15 em Jundiaí, outra nesta quinta em São Paulo);

2. Em outra frente, o PSDB lança bombas contra a Petrobras e o pré-sal: são dois os petardos, um de José Serra e outro de Aloysio Nunes que, ao fim e ao cabo, pretendem entregar o pré-sal de bandeja para os interesses do império de Obama;

3. A classe mérdia que esteve no ato do dia 15 e vomitou seu ódio de classe contra o PT E AS ESQUERDAS, apoia isso, e não tentem tirar o rabão supostamente perfumado da reta; 

4. No dia 15 vocês pediram o fim do PT E DOS PARTIDOS DE ESQUERDA, bando de jaguaras tomados pelo ódio sarnento;

5. Mas tem certa esquerda que adora essas coisas. São os mesmos que fizeram oposição a Chavez e fazem oposição a Maduro, e fizeram oposição aos sandinistas na Nicaraguá. 

6. A cadela fascista está no cio, e faminta, e baba pelos cantos das boca torta. Como sempre.  

27 de Março: São Ruperto Xequinel

São Ruperto Xequinel e sua divinal auréola

Ruperto Xequinel era um nobre descendente dos Altos Ofinoses que dominavam a região do médio e do alto Bacacheri, rio que percorre os Alpes curitibanos. Os Rupertinos eram parentes dos Cabotinos e o centro de suas atividades estava no Capão Raso Soho, onde Ruperto recebeu as mensagens de Tlazolteotl e teve sua eclética formação junto a monges antoninenses. 

No ano 700, sua vocação de picareta pregador se manifestou e ele dirigiu-se ao Boqueirão e, com o apoio do conde Téodo Zequinel, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou a Igreja do Evangelho Sextavado, dedicada a Santa Marina Esverdeada, perto do lago Itaú, a dez quilômetros do Batel. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Barigui, nos arredores da antiga cidade alemã de Gewürstrammïnnerschnell.

Nesse terreno, o mosteiro que o bispo e Apóstolo Flamejante Ruperto construiu é o mais antigo da região e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Curitiba do Cacete A Quatro. Teve para isso o apoio de doze concidadãos (Baulo, Caulo, Daulo, Eaulo, Faulo, Gaulo, Haulo, Iaulo, Jaulo, Kaulo, Laulo e Maulo Ruperto Wequinel) e de três mulheres, as quais também se tornaram santas: as primas Emengarda, Gerarda e Espingarda Lequinel. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que denominou sede da Ordem das Viuvinhas Tucanas Sem Porvir, e entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Anfilóphia Coisotinha Mequinel. Foi o responsável pela conversão total de Curitiba e, é claro, de todo o Paraná, tanto que hoje curitibanos e paranaenses votam em peso em gente como Beto Richa, Álvaro Dias, Ratinho Junior, Francischini e nos deputados e deputadas do famoso e ungido Camburão Cagado.

Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de almoçar fartamente, no mosteiro do Juvevê. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Coisotinha de Jesus Pequinel, nomeando-a sua herdeira, e determinando que seus advogados depositassem sua fortuna suas parcas economias no HSBC da Suiça. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral do Alto da Glória que, desde 1909 e não por mero acaso, é sede do Glorioso Coritiba FootBall Club. 

São Ruperto Xequinel, reconhecido como o fundador da bela cidade de Curitiba, cujos habitantes falam de forma neutra e escorreita, sem qualquer tipo de sotaque, aparece retratado com uma carteira na mão, tamanha sua ligação com a dinheiro doado por seus fiéis. Foi seu primeiro bispo e Apóstolo Flamejante e sua influência alastrou-se tanto, feito uma metástese, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã românica, como também na Lapa, onde estudou, porque ali foi tomado como modelo pelos monges daqueles ermos.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Viado, você vai morrer! Vai morrer de AIDS! Vai morrer passando fome, porque seu pai te expulsou de casa, porque tem vergonha de você!

Copiei de Fabricio Longo (Portal Forum)

“Viado, você vai morrer! Vai morrer de AIDS! Vai morrer passando fome, porque seu pai te expulsou de casa, porque tem vergonha de você. Vai morrer agora, no meio da rua, levando porrada até ficar irreconhecível. Ninguém vai te ajudar, sua bicha. Você vai morrer porque não é gente. Vai morrer porque merece!”

Tudo isso escutei em uma fração de segundo, enquanto o carro de onde o grito de “bicha” saiu cantava pneu para longe de mim. 

Que segurança é essa que faz alguém se sentir confortável para sair de seu espaço e xingar outra pessoa? Sei lá, eu poderia estar armado, reagir de alguma forma... Mas não, a bichinha nunca reage. A bicha tem vergonha de ser bicha porque cresceu ouvindo que isso era errado, então mesmo que se ache uma diva, vai acessar essa vergonha quando a homofobia for esfregada em sua cara. A bicha não reage e por isso quem não é bicha se sente tão superior.

Não consigo entender a necessidade de me chamar de bicha, de viado, de boiola, etc. Em primeiro lugar, não perguntei nada. Em segundo lugar, eu estava presente em todas as vezes que fiz sexo com outro homem, de forma que tenho plena ciência da minha homossexualidade, obrigado.

Essa “vontade incontrolável” de apontar a bichice alheia é estrutural. A cada “viado” lançado como um tapa ou como um tiro, alguém morre de verdade. Uma parcela inteira da população é reduzida a uma mesma coisa marginal, que precisa ser eliminada. Uma coisa que é acusada de promover uma “ditadura” quando pede socorro, às custas de meia dúzia de selinhos de novela.

Viados, vocês vão morrer!

Vão morrer porque são covardes. Vão morrer porque engolem esse papo de que são “menos homens”, quando na verdade aguentam uma barra muito mais pesada do que os “pequenos príncipes” que são o orgulho da família. Vão morrer porque não devolvem os socos e principalmente porque tem vergonha.

Viados tem vergonha de quem dá pinta, de quem “faz escândalo”, de quem “não se dá ao respeito”. Se envergonham, também, das travestis e das “sapatões caminhoneiras”. Tudo que é fora da norma, é motivo de vergonha. Dar a bunda, tudo bem, mas por favor no sigilo. Quem levanta bandeira é um chato e quem reclama de alguma coisa é “vitimista”. Viados são tão obcecados por imitar alguma normalidade que tudo precisa ser normativo, “como manda o figurino”. Menos a parte de gostar de homem, claro! Isso está liberado, é “vida íntima que não interessa ninguém” e – obviamente – quanto mais macho for o cara, melhor.

Bichas, parem. Que morte horrível...

Sou viado e morri um pouco quando me negaram uma boneca, e muito mais quando meus amiguinhos de escola me “deram um gelo” porque comprei uma caneta rosa. Morri quando me assumi, porque sendo um anormal eu tive que passar pela experiência de COMUNICAR à minha família sobre o que eu gosto ou não gosto de fazer na cama. Para piorar, o papo sobre camisinha – que poderia ser apenas sobre prevenção em geral, cuidado, amor próprio, sei lá – tinha um único subtexto: AIDS!

Morri quando acharam que eu queria virar uma mulher, um estilista, um cabeleireiro ou uma Drag Queen. Não que essas coisas todas não sejam fabulosas, mas ninguém merece ter todos os estereótipos do mundo jogados na cara ao mesmo tempo. E se eu só quisesse ser livre? Eu teria me assumido alguma coisa, caso essa “coisa” não estivesse sendo gritada a cada passo meu? Todo mundo vai morrer um dia, mas eu fui abortado em vida pela homofobia de vocês!

Ninguém precisa me matar. Eu morri quando a Câmara foi tomada por uma bancada conservadora e fundamentalista, ao mesmo tempo em que as bichas nos aplicativos gritavam que não votariam em viado. Morri quando alguém disse que preconceito é “questão de gosto” e que o ódio é “opinião pessoal”. Morri a cada ataque homofóbico na Rua Augusta, a cada travesti assassinada e a cada lésbica estuprada. Morro sempre que um gay é homofóbico. Eu sou todas as bichas porque quando alguém se sente no direito de me chamar assim, apaga minha individualidade para me transformar em alvo. E isso mata qualquer esperança.

Sempre que apontam minha diferença, eu escuto um “Viado, você vai morrer”. Entretanto, a pior parte disso é olhar em volta e não enxergar o senso de comunidade nos outros gays. É perceber que a gente não vai morrer porque merece, mas porque ACREDITA que merece.

Viados, parabéns. Os homofóbicos não terão trabalho algum. Vocês vão morrer e eles estarão no camarote, será o próprio “suicídio assistido”!

quarta-feira, 25 de março de 2015

Poeminha para o coxinha cagão

O que faço agora
Quando meu herói FHC
Se abraça com Chavez 
E com o barbudón?
O que digo agora?
Já sei
Antes de dormir
Verei minha cama
E se debaixo dela
Algum comunista escondido
Está pronto pra emborcar
O conteúdo noturno
Ocidental e cristão 
Do meu lindo penico
Esmaltado e fedido

Juiz de Direito Rubens Casara: "Processo Espetáculo é uma forma de corrupção"

Copiei de 247
:

Por Paulo Moreira Leite

Meu primeiro contato com o juiz Rubens Casara terminou numa agradável surpresa. No início de 2013 eu me encontrava no auditório da OAB do Rio de Janeiro para participar de um debate no lançamento de meu livro “A outra história do mensalão — contradições de um julgamento político”. Quando chegou sua vez a falar, o juiz sacou uma pequena pilha de folhas de papel sobre a mesa e, muito educado, pediu licença para ler o calhamaço. Calejado por eventos semelhantes, eu temia pela reação da platéia mas estava enganado. Com uma palestra recheada por observações pertinentes e afirmações corajosas, Casara prendeu a atenção do público — e a minha — até o final.

Dois anos depois, em fevereiro de 2015, ele publicou um artigo fundamental para o atual momento da Justiça brasileira: “O Processo Penal do Espetáculo”, onde explica que a espetacularização dos julgamentos, situação evidente depois da AP 470, cria um ambiente de mocinho e bandido que ilude a população e compromete os direitos de defesa dos acusados, que se tornam alvo de “um discurso construído, não raro, para agradar às maiorias de ocasião, forjadas pelos meios de comunicação de massa. ” Nesta entrevista ao Brasil 247, Rubens Casara diz que o “espetáculo corrompe a Justiça.” Também faz vários comentários sobre a condução da Lava Jato.

Ele reconhece méritos variados da formação do juiz Sergio Moro e discorda de quem o acusa de parcialidade. Mas afirma que sua atuação é condicionada por uma tradição iniciada pelas ditaduras do Estado Novo e pelo regime militar de 1964, na qual “o juiz deixa de atuar como garantidor dos direitos fundamentais e torna-se instrumento de repressão, aproximando-se ora da atuação da polícia, ora da atuação do Ministério Público. ” Lembrando as possibilidades de um tratamento seletivo em casos de repercussão política, Casara também manifesta dúvidas sobre a petição apresentada por Rodrigo Janot, procurador geral da República, ao Supremo Tribunal Federal, quando denunciou políticos e empresários acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. “Existiam elementos de convicção contra o Aécio? E contra a Dilma? As declarações do doleiro em desfavor do Aécio, que recentemente vazaram para o público, forneceriam esse suporte necessário à investigação?”

Leia, abaixo, sua entrevista:

PML – Em que medida é possível falar numa continuidade de Joaquim Barbosa a Sérgio Moro? Entre AP 470 e Lava Jato?
Rubens Casara – A Ação Penal 470 e a chamada “Operação Lava Jato” são casos penais que têm em comum o fato de terem sido transformados em espetáculos. São também exemplos emblemáticos de que o Sistema de Justiça Criminal é um espaço de disputa política, tanto pelos meios de comunicação de massa quanto por grupos econômicos e partidos políticos. Nesses processos estão em jogo concepções diversas sobre o Estado, a democracia e os direitos fundamentais. O Ministro Joaquim Barbosa e o juiz Sérgio Moro, ambos professores universitários, possuem méritos inegáveis, por mais que eu tenha críticas a posicionamentos teóricos dos dois. O juiz Moro é de uma impressionante coerência entre o que pensa, escreve e julga. Acusá-lo de atuar para prejudicar um ou outro partido político demonstra desconhecimento sobre o que ele produz na academia e no Poder Judiciário. Acredito, porém, que, mais do que uma continuidade entre as atuações dos dois, é possível falar na existência de uma tradição em que está inserida grande parcela da magistratura brasileira e que acaba por condicionar a atuação de juízes de norte a sul. Essa tradição, que alguns afirmam atrelada à ideologia da “defesa social” e outros a uma visão utilitarista, voltada à satisfação de maiorias de ocasião ou mesmo de determinados grupos sociais, aponta para a concentração de poder no Judiciário, à percepção dos réus como meros objetos da ação do Estado e a prevalência de interesses abstratos da coletividade em detrimento de interesses concretos individuais. Ela confere a gestão da prova ao juiz, que passa a decidir os elementos que devem ser produzidos para confirmar a hipótese em que acredita. Isso faz com que o processo deixe de ser uma disputa equilibrada entre a acusação e a defesa para se transformar em um instrumento à serviço do senso de justiça do juiz. E nem sempre o sentido de justiça de um magistrado mostra-se adequado à democracia, isso porque a democracia exige limites ao poder e respeito não só ao devido processo legal como também aos direitos e garantias fundamentais.

PML — Este processo começou agora?
Casara — Essa tradição era hegemônica durante as ditaduras do Estado Novo e a civil-militar iniciada em 1964 e faz com que juízes atuem como órgãos de segurança pública e, portanto, sem maiores cuidados com a equidistância dos interesses em jogo no caso penal. O juiz passa a atuar sem requerimento das partes, a investigar livremente e julgar de acordo com as provas que ele próprio optou por produzir. Essa postura judicial costuma ser apontada como autoritária, na medida em que não encontra limites bem definidos ou formas de controle adequadas. O juiz deixa de atuar como garantidor dos direitos fundamentais e torna-se instrumento de repressão, aproximando-se ora da atuação da polícia, ora da atuação do Ministério Público.

PML – Lendo seu último artigo, é possível concluir que a sociedade de espetáculo é a melhor forma de corromper a Justiça, impedindo que os direitos fundamentais sejam exercidos. Por que é assim?
Casara — Ao lado do “capital-parlamentarismo”, o Estado espetacular integrado é uma das marcas da atual quadra histórica. O filósofo italiano Giorgio Agamben chega a afirmar que a espetacularização integra o estágio extremo da forma-Estado. Como percebeu Guy Debord no final da década de sessenta, toda a vida das sociedades se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Hoje, ser-no-mundo é atuar, representar um papel como condição para ser percebido. Busca-se, com isso, fugir da sensação de invisibilidade e insignificância. O espetáculo tornou-se também um regulador das expectativas sociais, na medida em que as imagens produzidas e o enredo desenvolvido passam a condicionar as relações humanas. Em meio aos vários espetáculos que se acumulam em nossos dias, os “julgamentos penais”, como a AP 470, ganharam destaque. O fascínio pelo crime, em um jogo de repulsa e identificação, a fé nas penas, apresentadas como remédio para os mais variados problemas sociais, somados a um certo sadismo, na medida em aplicar uma “pena” é, rigorosamente, impor um sofrimento, fazem do julgamento penal um objeto privilegiado de entretenimento.

PML — Por que isso está errado?
Casara — O problema é que no processo penal voltado para o espetáculo não há espaço para garantir direitos fundamentais. O espetáculo não deseja chegar a nada, nem respeitar qualquer valor, que não seja ele mesmo. A dimensão de garantia, inerente ao processo penal no Estado Democrático de Direito, marcado por limites ao exercício do poder, desaparece para ceder lugar à dimensão de entretenimento. No processo espetacular o diálogo, a construção dialética da solução do caso penal a partir da atividade das partes, tende a desaparecer, substituído pelo discurso dirigido pelo juiz. Um discurso construído, não raro, para agradar às maiorias de ocasião, forjadas pelos meios de comunicação de massa. Espetáculo, vale dizer, adequado à tradição em que está inserido o ator-espectador: um programa autoritário feito para pessoas que se acostumaram com o autoritarismo, que acreditam na força, em detrimento do conhecimento, para solucionar os mais diversos e complexos problemas sociais e que percebem os direitos fundamentais como obstáculos à eficiência do Estado e do mercado. No processo penal do espetáculo, o desejo de democracia é substituído pelo “desejo de audiência”, para utilizar a expressão cunhada pela filósofa gaúcha Marcia Tiburi. Nesse contexto, o enredo do “julgamento penal” é uma falsificação da realidade. Em apertada síntese, o fato é descontextualizado, redefinido, adquire tons sensacionalistas e passa a ser apresentado, em uma perspectiva maniqueísta, como uma luta entre o bem e o mal, entre os mocinhos e os bandidos. O caso penal passa a ser tratado como uma mercadoria que deve ser atrativa para ser consumida. A consequência mais gritante desse fenômeno passa a ser a vulnerabilidade a que fica sujeito o vilão escolhido para o espetáculo.

PML — Quais as consequências?
Casara — Por tudo isso, fica evidente que o processo penal do espetáculo é uma corrupção. Ao afastar direitos e garantias fundamentais em nome do bom andamento do espetáculo, o Estado-juiz perde a superioridade ética que deveria distingui-lo do criminoso. Não se pode combater ilegalidades recorrendo a ilegalidades ou relativizando o princípio da legalidade estrita; não se pode combater a corrupção a partir da corrupção do sistema de direitos e garantias fundamentais. Punir, ao menos na democracia, exige o respeito a limites éticos e jurídicos. No processo penal do espetáculo, não é assim. O espetáculo aposta na exceção: as formas processuais deixam de ser garantias dos indivíduos contra a opressão do Estado, uma vez que não devem existir limites à ação dos mocinhos contra os bandidos. Para punir os “bandidos” que violaram a lei, os “mocinhos” também violam a lei. Nesse quadro, delações premiadas, que, no fundo, não passam de acordos entre “mocinhos” e “bandidos”, violações da cadeia de custódia das provas e prisões desnecessárias – estas, por vezes, utilizadas para obter confissões ou outras declarações ao gosto do juiz ou do Ministério Público – tornam-se aceitáveis na lógica do espetáculo, sempre em nome da luta do bem contra o mal. Mas, não é só. Em nome do “desejo de audiência”, as consequências sociais e econômicas das decisões são desconsideradas. Para agradar à audiência, informações sigilosas vazam à imprensa, imagens são destruídas e fatos são distorcidos. Tragédias acabam transformadas em catástrofes. No processo penal do espetáculo, as consequências danosas à sociedade produzidas pelo processo, não raro, são piores do que as do fato reprovável que se quer punir.

PML — Os meios de comunicação esboçam uma campanha para garantir que o julgamento da Lava Jato seja televisionado. É possível imaginar que agiriam do mesmo modo se empresários de comunicação ou mesmo jornalistas estivessem no banco dos réus, para responder a acusações de erros, irregularidades e eventuais desvios? Por que?
Casara — Não causa surpresa esse esforço para que eventual julgamento do chamado caso “Lava Jato” seja televisionado. Trata-se de mais um sintoma da sociedade do espetáculo. O espetáculo nada mais é do que uma relação intersubjetiva mediada por sensações e as imagens assumem papel de destaque na construção desse fenômeno. A exibição de imagens também contribui para condicionar as relações humanas e a atuação dos atores jurídicos, isso porque as pessoas, que são os consumidores do espetáculo, exercem a dupla função de atuar e assistir, influenciam e são influenciadas pelo espetáculo. A exibição de julgamentos em rede nacional toca em outro sério problema. No Brasil, ao contrário de países de formação democrática como a França, não existe uma tradição de respeito à pessoa que figura como investigado ou réu em um procedimento criminal. Aqui se viola, frequentemente, a dimensão de tratamento que se extrai do princípio constitucional da presunção de inocência, ou seja, de que todos deveriam ser tratados como inocentes até que uma condenação criminal se tornasse irrecorrível. Pessoas e famílias são destruídas em nome da audiência. Basta lembrar do emblemático caso da “Escola Base”. Agora, se, por um lado, o julgamento-espetáculo é uma boa mercadoria, por outro, ninguém em sã consciência gostaria de figurar como réu, em especial em um procedimento em que juízes e membros do Ministério Público não têm coragem de atuar contra os desejos da audiência, sempre manipuláveis, seja por um juiz-diretor talentoso ou um promotor midiático, seja pelos grupos econômicos que detém os meios de comunicação de massa.

PML — Comparando com a AP 470, você espera um julgamento menos injusto na Lava Jato, ao menos naquela parcela que ficará no STF?
Casara — A espetacularização sempre leva a injustiças, mesmo nas hipóteses em que crimes são cometidos e seus autores acabam condenados. É da natureza da espetacularização a deformação da realidade, a ampliação dos estereótipos, a desconsideração das formas jurídicas como obstáculos à opressão estatal, o desrespeito aos direitos e garantias fundamentais e a ausência de uma perspectiva crítica sobre os eventos submetidos à julgamento. Como me lembrou recentemente o processualista Geraldo Prado, da mesma maneira que um relógio quebrado, duas vezes por dia parece funcionar, o processo penal espetacular pode dar a sensação de justiça, mesmo quando direitos e garantias são violados.

PML — O que pode ser melhorado no funcionamento da Justiça e do STF?
Casara — O Judiciário brasileiro, e não só o Supremo Tribunal Federal, encontra-se em um momento no qual busca superar a desconfiança da população. No Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário assume um protagonismo inédito e, não raro, frustra as expectativas que o cercam. Nessa busca por legitimidade, em meio ao fenômeno da “judicialização da política”, por vezes, os juízes acabam por ceder àquilo que o jurista francês Antonie Garapon chamou de “tentação populista”, que, a grosso modo, significa julgar para agradar a “opinião pública”, o que guarda semelhança com o fenômeno da espetacularização do processo. Acontece que, muitas vezes, o que se entende por “opinião pública” não passa de interesses privados encampados pelos meios de comunicação de massa. Assim, melhorar o funcionamento do Supremo Tribunal Federal, bem como de todas as demais Agências Judiciais, passa necessariamente por não ceder à tentação populista, desvelar as práticas incompatíveis com a ideia de República e romper com a tradição autoritária que ainda hoje condiciona a atuação dos atores jurídicos. Para tanto é necessário investir na formação dos magistrados, na criação de uma cultura democrática e republicana. Isso só é possível através da educação. A curto prazo, deve-se apostar em medidas de contenção do poder. Assim, na contramão do que consta da chamada “PEC da Bengala”, seria saudável e republicano a fixação de um mandato para o exercício de funções jurisdicionais dos tribunais superiores. Isso não só oxigenaria os tribunais como afastaria os riscos inerentes à perpetuação do poder nas mãos de poucos.

PML — Como avaliar a entrada do Toffoli na segunda turma do Supremo, que vai julgar a Lava Jato?
Casara — Segundo foi divulgado, essa remoção foi uma sugestão do Ministro Gilmar Mendes e teria por objetivo evitar constrangimentos para o futuro ministro a ser indicado por Dilma. Esse “constrangimento”, se é que ele existiria, tem ligação com a demora inexplicável da presidente em nomear o novo ministro. Vale lembrar que desde o primeiro governo Lula, a indicação de ministros para os tribunais superiores tem se revelado um problema, em especial em razão do desconhecimento ou desconsideração da importância do Poder Judiciário no Estado Democrático de Direito. Hoje, temos um Poder Judiciário mais conservador do que há alguns anos e o governo petista tem culpa nesse quadro. Em princípio, a remoção de uma ministro de uma turma para a outra é legítima. Não foi a primeira vez que isso ocorreu. Todavia, se a mudança teve por objetivo a escolha de um julgador para um determinado caso, estar-se-á diante da violação à garantia do juiz natural. Isso porque, no Estado Democrático de Direito, não é possível a figura do “juiz de encomenda”, ou seja, não é legítima a escolha direcionada de juízes “de” e “para” cada situação ou pessoa. Um juiz escolhido após o fato que vai ser julgado, com o objetivo de favorecer ou prejudicar o acusado é inadmissível. O curioso, porém, é perceber que muitos criticam essa remoção do Ministro Toffoli a partir da crença de que ele tenderia a favorecer os réus ligados ao Partido dos Trabalhadores no eventual julgamento da Lava-Jato. Porém, quem acompanha a dinâmica dos tribunais superiores percebe claramente o alinhamento do Ministro Toffoli com o Ministro Gilmar, com as teses que este sustenta. E o Ministro Gilmar, constitucionalista indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique, costuma ser apontado como adversário do atual governo. Esse alinhamento, aliás, fica muito evidente no momento em que o primeiro acolhe a sugestão do segundo, mesmo com todo o desgaste à sua imagem que, sem dúvida, viria com essa remoção.

PML — Como avaliar a petição de Rodrigo Janot na Operação Lava Jato?
Casara — No plano ideal, em razão do princípio da legalidade, toda pessoa em desfavor da qual exista um mínimo de elementos de convicção acerca da autoria de um crime, elementos capazes de demonstrar a seriedade do procedimento, deveria ser investigada. Mas, não é o que acontece. Isso porque toda questão criminal se relaciona com a posição de poder, os preconceitos e a ideologia dos atores jurídicos, a necessidade de ordem de determinada classe social e outros fatores, alguns legítimos e outros não, que fazem com que o sistema penal tenha como marca principal a seletividade. O pedido de investigação de determinadas pessoas, com a correlata promoção de arquivamento de outras, é sempre uma expressão dessa seletividade. E isso acontece em todo caso penal e não só na Lava-Jato. Pense-se, por exemplo, na escolha, dentre todos aqueles que participaram das manifestações de julho de 2013, dos indivíduos que acabaram por figurar no polo passivo de uma ação penal. Quais elementos são suficientes para demonstrar a seriedade de um indiciamento ou de uma ação penal? Existiam elementos de convicção contra o Aécio? E contra a Dilma? As declarações do doleiro em desfavor do Aécio, que recentemente vazaram para o público, forneceriam esse suporte necessário à investigação? Sem analisar os autos e a fundamentação dos pedidos é impossível afirmar. Mas, é importante frisar a existência de uma carga de subjetivismo inegável nas atuações da Polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Algo para além da fria aplicação do texto legal. Há, em apertada síntese, um poder de decisão e seleção responsável por fixar quem vai responder a um procedimento criminal, o que desconstrói o mito da igualdade na aplicação da lei penal, como bem demonstrou a criminologia crítica. Esse processo de seleção, condicionado por visões de mundo, preconceitos, ideologias, histórias de vida e outros fenômenos ligados à tradição em que estão inseridos os indivíduos que atuam na justiça penal, ocorre todos os dias e muitas vezes sequer é percebido por seus protagonistas.

terça-feira, 24 de março de 2015

Afinal, quais as reivindicações concretas da classe mérdia coxinha no dia 15 de março?

Copiei a imagem daqui

Copiei do Carlos Henrique M. Freitas

A manifestação dos coxinhas fascistas, pede aumento salarial? Não. Pede queda de juros? Não. Pede o fim da impunidade aos maiores corruptos do país que são os sonegadores de impostos? Não. Pede mais emprego? Não. Pede mais moradia popular? Não. Pede a queda do preço dos alugueis e preço das passagens dos transportes coletivos? Não. Pede que os custos dos planos de saúde caiam e se faça a CPI deles? Não. Pede o fim do super lucro do comércio e da indústria? Não. Pede mais apoio aos professores da rede pública de São Paulo em greve por melhores salários e melhores condições de ensino para os mais pobres? Não.
Então isso não é movimento da sociedade mas dos endinheirados e brancos que promovem todas essas distorções, os coxinhas são uma farsa com o rabo de fora.

Este Brasil lindo e trigueiro não é seu, petralha!

Copiei do formidável Gustavo Castañon

BRASIL:
Mensalão: pode*
Ter conta secreta em paraíso fiscal no exterior: pode*
Traficar meia tonelada de cocaína no seu helicóptero: pode*
Sonegar 17 bilhões de imposto: pode*
Receber propina de um milhão: pode*
Receber propina de 100 mil dólares por mês de Furnas: pode*
Convocar exército pras ruas: pode*
Ser procurado em lista da interpol e continuar livre: pode*
Apologia do estupro e da tortura: pode*
Apologia da Ditadura: pode*
Construir aeroporto com dinheiro público na fazenda da família: pode*
Carona em jatinho de doleiro bandido: pode*
Fazer campanha em jatinho sem dono: pode*
Receber doação legal de empreiteiras que tem negócios com seu governo: pode*

* Se você não for do PT.

sábado, 21 de março de 2015

Creio que comigo ocorreu a tal transferência de espíritos


Tenho andado meio confuso nos últimos tempos, meninas e meninas. Meu sistema nervoso central tem falhas, rateia, fico confuso e perdido, de modo que liguei para esta notável pastora de almas.

- SAC dos Espíritos Transferidos, boa noite. Com quem eu falo?

- Antes da transferência eu era Paulo, mas agora já não sei. Talvez, Madonna, sei lá.

- Seu Sistema Nervoso Central passou por alguma revisão recentemente?

- Olha, quando chove e esfria minha cachola falha um pouco.

- Vou estar fazendo o teste. Um minuto, por favor.

(música de fundo, irritante, parecendo trilha sonora de filme pornô)

- Alô?

- Um momento, por favor. Obrigado por aguardar. Sua ligação é muito importante para nós.

(37 minutos depois)

- Senhor Paulo, ainda esta aí?

- Minha filha, o que um velhote como eu pode fazer a não ser esperar que essa porra de SAC resolva meu problema?

- Vou estar acalmando o senhor. Por favor digite 876098654390123VCXCFRggggtt.

- Cuma? Pode repetir?

- Não posso, é o teste em andamento. E digite exclusivamente com o indicador direito, seu Paulo.

- Minha philha, eu não consigo lembrar essa porra desse número!

- O teste está concluído. No seu caso houve transferência de espíritos e o senhor, a partir da zero de amanhã, será um gay esvoaçante! Parabéns!

- Mas eu...

- Tu-tu-tu-tu...

sexta-feira, 20 de março de 2015

Acabou: todas as mulheres agora são lésbicas

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco, hoje falando urbi et orbi, proclama que a Frente Parlamentar Evangélica é uma pocilga fedorenta, cujos membros chafurdam na gosma da ignorância, do preconceito, da intolerância, da exclusão e do ódio, que nascem da fé obtusa que derreteu o cérebro desta cambada de picaretas religiosos. 
---xxx---

Quando crescer, quero ser como Pedro Munhoz
para escrever textos assim inspirados

Segundo os deputados e senadores que compõem a Frente Parlamentar Evangélica, o amor e o desejo entre duas mulheres é um modismo, criado para afrontar os cristãos e propagado pela Rede Globo.
A Globo, entediada, teria decidido "impor" o lesbianismo para toda a sua respeitável audiência, o que levou os nobres parlamentares a se reunirem em caráter emergencial, redigirem uma nota de repúdio e convocarem a população, por meio de um manifesto escrito em caixa em alta divulgado pelo whatsapp, a um boicote à emissora.
Não importa se o referido modismo seja mais antigo do que o próprio cristianismo, havendo registros históricos de relações lésbicas desde, pelo menos, os tempos do Império Babilônico (o que não significa, por óbvio, que o amor e o desejo entre mulheres não seja, provavelmente, tão antigo quanto a própria humanidade). A Frente Parlamentar Evangélica disse que é um modismo, então deve ser.
Também muito me estranha existirem relações felizes e duradouras entre mulheres na sociedade, já que segundo a Frente Parlamentar Evangélica, tais relações não se construíram com base no afeto, em afinidades e em desejo. Todos esses milhares de relacionamentos partiram única e exclusivamente de uma vontade imensa, incontrolável, sádica e cruel, de deixar o Sr. Magno Malta e os seus amigos cristãos um pouco tristes e bastante incomodados.
Só reprovo na nota de repúdio de nossos legisladores a sua extemporaneidade, já que, considerando que transmitir um beijo lésbico na TV equivale a "impor" o lesbianismo, a iniciativa dos deputados e senadores veio um pouco tarde. O beijo já foi dado e transmitido; o lesbianismo foi imposto e não há mais nada que se possa fazer ou dizer a respeito.
Acabou: todas as mulheres agora são lésbicas, pois tia Globo mandou e João Campos e Magno Malta foram lerdos demais para reagir. Inclusive, por meio desta, cientifico as outrora mulheres heterossexuais de minha timeline sobre sua nova orientação sexual. Pela atenção, obrigado.

quinta-feira, 19 de março de 2015

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ACHACADORES HONESTOS - NOTA OFICIAL


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ACHACADORES HONESTOS
REGIONAL DE CURITIBA
NOTA OFICIAL

Assentamos, liminarmente, que achacar é fina arte, e não pode ser comparada aos assaltos que praticam Eduardo Cunha e seus assemelhados.

Um achacador honesto, como são nossos associados, é dotado de sutileza e de finesse, qualidades adquiridas após muitos anos de faina árdua.

Assim, em defesa da nossa imagem pública, repudiamos tão indevidas comparações.

XAULO DOBERTO FEQUINEL
Achacador-Senior
Guru Achacador Nível 8

Aécio prepara ataque a democracia

Copiei do Contexto Livre

Proposta de cassar registro do PT repete absurdos autoritários do pós-Guerra, quando PCB foi colocado na ilegalidade e os fascistas podiam até disputar presidencia da República

Ao anunciar projeto para cassar o registro de partidos que recebem propina de empresas privadas, Aécio Neves não consegue esconder qual é a etapa final da Operação Lava Jato — a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores. Não que o pagamento de propinas ao PT já esteja provado ou seja fácil de demonstrar pelas regras da Justiça, com respeito aos rituais jurídicos e direitos de defesa. Simplesmente, pode ser a cena final do espetáculo Lava Jato, que o país assiste sem que as instituições responsáveis pela defesa das garantias individuais se manifestem, como se poderia imaginar.

Lembrando que é pura hipocrisia sustentar que os pecados de que o PT tem sido acusado são uma exclusividade do partido, a iniciativa representa o nível mais baixo da uma disputa política que nos últimos dias se transformou num circo injusto e perigoso para a democracia. Demonstra, ainda, a fragilidade dos compromissos de Aécio Neves com os valores da democracia e da liberdade de expressão no país.

Trata-se de uma aberração tão grande que vale à pena aguardar, desde já, pela reação de antigos comunistas que sofreram, na própria pele, a repressão ao PCB, colocado na ilegalidade pelo TSE em 1947, em ambiente de grande intolerância política e de criminalização das ideias de esquerda, conseguindo voltar a luz do dia apenas em 1985. A indignação será prova de caráter. A condescendência será demonstração de que também praticam o vale-tudo.

A cassação do registro de um partido costuma modificar o sistema político de um país, altera a vida das pessoas e enfraquece uma democracia. Em 1947, o futuro deputado e governador de São Paulo Alberto Goldman tinha dez anos de idade. (Vinte e três anos depois, a maquina clandestina do PCB, escondida no MDB, lhe daria o primeiro mandato como parlamentar). Aloysio Nunes Ferreira, senador por São Paulo, era pouco mais do que um bebê de dois anos. Três décadas depois, ao deixar a guerrilha contra a ditadura, Aloysio abrigava-se no PCB em seu exílio em Paris. Fazia parte do grupo de jornalistas do partido que, sob direção de Armênio Guedes — 29 anos quando o registro do PCB foi cassado — escrevia o jornal Voz Operária. Luiz Carlos Prestes, o mais importante líder comunista do país, tinha 49 anos quando o PCB perdeu o registro. Deixou o partido em 1984, um ano antes dele ser legalizado.

É sempre bom recordar que, com as regras atuais de financiamento de campanha, nenhum partido político brasileiro é capaz de competir de verdade pelo poder de Estado, num país com 100 milhões de eleitores, sem contar com recursos de empresas privadas para pagar as despesas de uma eleição. É a regra do jogo.

Em nenhuma parte do mundo as contribuições em dinheiro grosso envolvem casos de filantropia eleitoral. São um investimento, um toma lá dá cá aberto, descarado, legal. Funciona, aqui, a regra da conveniência: dinheiro para minha campanha é contribuição política; na dos adversários, é propina.

Por exemplo: nos EUA, as verbas privadas de campanha servem para sustentar a industria de armas, que permite às famílias colecionar submetralhadoras em casa. Também garantem a preservação do sistema privado de saúde. Os lobistas privados ainda são capazes de financiar contra-campanhas para impedir a eleição de um adversário — apenas para ficarem livre de um político do indesejado no Capitólio.

No Brasil, vive-se um sistema idêntico, ressalvando as diferenças históricas entre os dois países. A presença do caixa 2 no financiamento das campanhas brasileiras não é uma invenção do sistema eleitoral, mas um traço típico de um país onde uma Receita frágil é o berço histórico de uma sonegação forte, criando uma zona de sombra que se vê em toda parte, inclusive na política. Por essa razão, os escandalos se assemelham e se misturam.

O chamado mensalão do PT foi vizinho do mensalão PSDB-MG. As denúncias sobre a Petrobras que envolvem o Partido Popular, o PMDB e o Partido dos Trabalhadores são simultâneas às acusações envolvendo o próprio Aécio Neves no desvio de Furnas — e surgiram depois das acusações de Paulo Francis envolvendo contas de diretores da mesma Petrobras na Suiça. Poucas vezes se teve notícia de um esquema tão antigo, permanente e milionário como a dos metrôs tucanos de São Paulo. E é claro que se pode encontrar algo semelhante em outras administrações pelo país.

Os fatos não mudam — apenas o que se faz com eles. Foi assim na AP 470, que mandou petistas e seus aliados para a cadeia, enquanto o mensalão PSDB-MG foi cozinhado em banho maria tão lento que até agora não se tem notícia de nenhuma condenação definitiva, embora o caso seja até mais antigo.

É assim no metrô paulista, conhecido e identificado na Suiça — mas que não incomoda ninguém, não produz cenas de indignação, nem gera uma, umazinha só, prisão preventiva para que os acusados façam delações premiadas. (Sou contra as prisões preventivas abusivas, em qualquer caso. Mas é sintomático que, essa forma brutal de investigação, que diversos juristas comparam a tortura, tenha sido um instrumento exlcusivo na Lava Jato, numa versão grotesca de tratamento diferenciado, e jamais tenha sido empregada em outros casos que poderiam condenar politicos de outros governos).

O debate real envolve é modificar a legislação em vigor, para impedir o acesso privilegiado de empresas privadas ao poder político. É uma situação que distorce a célebre relação um homem= 1 voto.

Mas isso não interessa nem ao PSDB nem a seus aliados e provoca pânico no mundo conservador.

Isso porque o recursos privados são apenas condenáveis, quando chegam aos adversários — fazem parte de seus tradicionais instrumentos de dominação política.

Tornaram-se ainda mais inaceitáveis quando o crescimento do Partido dos Trabalhadores junto a grandes camadas do eleitorado lhe deu acesso ao caixa das empresas privadas que, antes disso, eram alimento exclusivo dos partidos tradicionais. Ocorreu um desses milagres da democracia: quando todos têm acesso ao dinheiro, este deixa de fazer grande diferença nas campanhas — o que é inaceitável para quem, desde a proclamação da República, tinha monopólio exclusivo.

Daí a necessidade do escândalo, a aliança com o Ministério Público e os meios de comunicação.

Essa comunhão de interesses é essencial para dar veracidade a uma investigação seletiva, que gera uma cobertura seletiva que terá, por fim, um tratamento jurídico seletivo.

Permite sustentar uma ficção: a visão de que, para uns, temos contribuições legais e cívicas. Em outro, propinas corruptoras e recursos interesseiros. A investigação dirigida implica em colher testemunhos e depoimentos de um lado só, construindo uma história que todos sabem aonde vai terminar. Dá ares de legimitidade a uma situação ilegítima, onde se sabe, desde sempre, que a punição de uns será acompanhada pela impunidade de outros.

Na prática, a iniciativa de Aécio Neves envergonharia políticos da geração de seu avô, que lutaram pela democratização do Brasil.

Vários relatos da época informam que Tancredo Neves fundou a Nova República com auxílio de um imenso caixa de campanha reunido por grandes empresários e banqueiros. Nunca se achou estivesse cometendo algum tipo de crime. Era apenas a forma possível de fazer política nas circunstâncias de um país que, nesse aspecto, pouco se modificaram ao longo dos anos. De uma forma ou de outra, esse esquema sempre interessou as forças que disputavam o poder e o PT foi o último a entrar para o clube.

O que também permaneceu, de lá para cá, foi a vocação autoritária do conservadorismo brasileiro, pronta a se manifestar em caso de necessidade, usando de qualquer pretexto.

Em maio de 1947, o TSE aprovou a cassação do registro do Partido Comunista do Brasil, que tinha uma respeitável bancada de 14 deputados federais, na época.

A medida contrariava os quatro casos que previam o fechamento de partidos políticos no país, o que levou o juiz-relator Sá Filho a recusar o pedido de cancelamento com um argumento político: “no horizonte da longa estrada percorrida se divisa nos dias recentes da história dos povos que o desaparecimento do partido comunista dos quadros legais coincide com o eclipse da democracia.”

Embora outros ministros tenham apoiado o relator, o PCB foi colocado na ilegalidade pelo TSE. Prevaleceu o voto do ministro Cândido Mesquita da Cunha Lobo. Ainda que o debate tivesse sido iniciado pela denúncia das ligações dos comunistas com a antiga União Soviética, que nunca foram demonstradas nos quatro casos previstos em lei, a leitura do voto vencedor mostra que o importante, no caso, era a questão política, num ambiente politicamente envenenado, no qual não faltavam pronunciamentos de militares, tanto da geração do Estado Novo, como aqueles que anos depois estariam no golpe de 1964, como um certo coronel Castelo Branco. “Vitoriosa na luta contra o totalitarismo, não pode a Democracia ficar indefesa diante de outros perigos”, disse Cunha Lobo, no voto que deixou o Partido Comunista de 1947 até o início da Nova República. Pouco depois, os comunistas quiseram criar uma nova legenda, o Partido Popular Progressista. O recurso foi rejeitado.

Dois anos depois, o mesmo TSE julgou um pedido de cassação do registro do Partido de Representação Popular. Era o novo nome dos integralistas, a versão brasileira do fascismo que, em seus tempos mais desinibidos, abrigava até uma corrente nazista, inspirada em Adolf Hitler.

Como se pode imaginar, os fascistas ganharam e foram autorizados a funcionar legalmente. Vez por outra, até lançavam seu lider Plínio Salgado como a presidente da República.

O ministro Djalma da Cunha Mello, autor do voto vencedor, não perdeu a oportunidade de bater no PCB em sua argumentação, embora o caso dos comunistas não estivesse mais em julgamento. Definiu o PCB como ”uma ponta de lança da ação sabotadora do Kremlin, do imperialismo stalinista, com todo seu cortejo de intolerância, violência e desumanização.”

Referindo-se aos integralistas, o ministro até admite um histórico de “intolerância, disciplina exorbitante, acentuado pendor para o regime discricionário.” Mas o ministro ressalvou: “resta acentuar que o Partido de Representaçãio popular, por seus estatutos, programa de ação, vem se mostrando até agora digno do ‘toque de reunir da sensatez com que a nação convocou todas as agremiações para que viessem cuidar dos destinos do país; vem revelando conduta escorreita em face do exibido pela Constituição de 1946 e mais leis em vigor.”

E foi assim, perseguindo comunistas e protegendo fascistas, que se fez nossa democracia seletiva. O plano é voltar a ela?

Paulo Moreira Leite

Virgencita da Fé Obtusa, rogai por nós! Cinco crenças insanas de grandes religiões do mundo

Copiei de HypeScience

Há 19 grandes religiões no mundo, a maioria das quais você nunca ouviu falar. Dentro dessas 19, há uma tonelada de subgrupos, seitas e denominações, cada uma pensando que é “a religião certa”.
Isso, por si só, causa muitos atritos em jantares de família, além de guerras que matam milhões. Mas, da próxima vez que você quiser discutir com alguém sobre religião, antes de acusá-lo de acreditar em baboseiras ou loucuras, considere que só um louco reconhece outro.
A verdade é que todo mundo tem um pouquinho de loucura dentro de si, incluindo as fés. Como...

5. Católicos e o Santo Prepúcio
crencas insansas de grandes religioes 5 
Quando Jesus era um bebê, ele, como qualquer outro menino judeu, teve seu pênis circuncisado. Mas como ele era Jesus, seu prepúcio era muito mais especial do que o dos outros. Na verdade, as pessoas achavam que tinha poderes mágicos.
Durante a Idade Média, houve inúmeras reclamações de pessoas que possuíam o prepúcio sagrado. Em um ponto, havia 18 deles pelo mundo, o que quer dizer ou que Jesus tinha 18 pênis, ou que o prepúcio de bebês aleatórios estava sendo penhorado como se fosse o legítimo de Cristo.
Por exemplo, Carlos Magno supostamente deu o prepúcio ao Papa Leão III como um presente de Natal em 800, quando este o coroou imperador. O negócio foi roubado em 1527. Bem, mais ou menos. Foi redescoberto em Calcata, Itália, em 1557, e foi autenticado pela Igreja.
Só que, em 1100, Balduíno I de Jerusalém trouxe um prepúcio de Jesus diferente (mas presumivelmente “legítimo”) para a Palestina durante a primeira cruzada. Esse também desapareceu. Em seguida, reapareceu no século 12, e depois desapareceu de novo. E aí reapareceu de novo em 1856. Então, ou o prepúcio de Jesus pode viajar no tempo, ou alguém (ou todo mundo) mentiu.
Em 1900, o Vaticano declarou que quem falasse ou escrevesse sobre o Santo Prepúcio seria excomungado. No mais novo episódio da obsessão pela carne pobre do pênis de um bebê, um padre em Calcata roubou o suposto verdadeiro prepúcio em 1983. Vai entender.

4. Judeus ortodoxos e o ritual sangrento que pode matar seus bebês
crencas insansas de grandes religioes 4 
Uma distorção do ritual ortodoxo de circuncisão dos judeus, chamado metzitzah b’peh, pode matar seus bebês.
Um mohel é a pessoa que faz o corte. Em seguida, ao invés de limpar a ferida com qualquer coisa apropriada e higiênica, ele suga o sangue da incisão com a boca.
Em Nova York, nos EUA, um mohel chamado Yitzchok Fischer foi proibido de realizar o procedimento depois de três bebês testarem positivo para herpes (e um deles ter morrido) entre 2003 e 2004. Apesar disso, em 2005, Yitzchok ainda estava realizando rituais e, quando a cidade tentou processá-lo, o assunto foi passado para um tribunal religioso.
Desde 2012, tem havido vários casos de crianças infectadas com herpes depois de receberem um metzitzah b’peh, mas parte do problema é que as famílias ultra-ortodoxas continuam solicitando o procedimento, independentemente de seu mohel ter sido proibido de realizá-lo. Para piorar a situação, alguns pais se recusam a dizer às autoridades os nomes dos mohels quando seus bebês contraem herpes. IN-SA-NO.

3. Monges budistas viram comida para abutres
crencas insansas de grandes religioes 3  
Monges tibetanos são geralmente considerados sábios e bondosos. Eles dedicam suas vidas à busca de um significado mais profundo, meditando tranquilamente durante cerca de 90% de suas existências (eu acho). Mas, na morte, a estranheza natural das religiões brota.
Monges budistas acreditam em algo chamado jhator, um ato de generosidade que só pode ser realizado após a morte. Eles creem que o corpo é apenas um “recipiente”, por isso, quando um deles morre, seus colegas o cortam em pedaços e colocam esses pedaços no topo de uma montanha para que seus restos mortais sejam comidos por abutres.
Apesar de soar bizarro, há alguma lógica por trás desse tipo de “velório”. Devido à localização do Tibete, a cremação é difícil porque a madeira é escassa. Enterrar as pessoas não é viável, dado que lá não é possível cavar mais do que alguns centímetros antes de bater em rocha sólida. Então a coisa toda de “generosidade” pode ser, provavelmente, uma desculpa para que eles não pareçam pessoas horríveis por transformarem seus próprios amigos em banquete para aves carniceiras.

2. O Templo Grishneshwar e seus bebês sendo jogados de grandes alturas
crencas insansas de grandes religioes 2 
Você não se lembra, mas provavelmente algum parente seu te jogou pelo ar quando você era apenas um bebê. Bem, alguém decidiu tomar essa prática, inverter totalmente seu significado, colocá-la no topo de um templo e chamá-la de religião.
Na Índia, hindus e muçulmanos atiram bebês de uma torre de 15 metros no Templo Grishneshwar para serem capturados por pessoas segurando um lençol. Eu não estou afirmando que a alta taxa de mortalidade infantil indiana é um resultado direto do arremesso de bebês em Maharashtra, mas se é assim que esses coitados começam a vida, que chances têm de ir pra frente? Se você sobrevive a uma queda dessas logo que nasce, provavelmente esgota toda a sua sorte para o resto da vida.
A Índia está tentando proibir a prática de 700 anos de idade já que, por alguma razão inimaginável, o governo acredita que isso irá garantir que seus bebês sejam mais saudáveis.

1. Mórmons e o planeta Kolob
crencas insansas de grandes religioes 1 
De acordo com a escritura mórmon, que Joseph Smith traduziu a partir de textos egípcios antigos, Kolob é para onde todos os mórmons vão uma vez que morrerem. É como o céu, com a diferença que pode ser destruído por um asteroide ou ser tomado por uma raça alienígena malévola, já que é um planeta (que até onde sabemos, não existe, caso você se interesse pela opinião científica).
Ainda mais estranho: a escritura mórmon não faz distinção entre estrelas e planetas, portanto, tudo no espaço é chamado de estrela. Isto significa que, quando os mórmons morrerem, suas almas podem viajar a vastidão do espaço para pousar em um paraíso que eles vão chamar de lar por toda a eternidade, ou fritar para sempre na superfície de um sol.
O fim da sua religião e a descoberta de vida alienígena
A religião crê que a Terra nasceu em órbita de Kolob, antes de mudar de vizinhança e vir parar onde está agora. Kolob supostamente está localizado no centro da nossa galáxia, porque, se você vai fazer uma religião, melhor colocar uma galáxia inteira girando em torno dela. A única pista sobre a localização dessa estrela/planeta é que, de todos os corpos celestes no espaço, Kolob é o “mais próximo do trono de Deus”. Alguém sabe onde isso fica? [Cracked]

Autor: Natasha Romanzoti
Tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos.