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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Mitos econômicos brasileiros #1: “O Brasil tem a maior carga tributária do mundo”

Copiei de Novas Cartas Persas

Mitos são assim: alguém cria, outros repetem e os demais acreditam e passam adiante. E quanto mais a narrativa é ouvida sem reflexão, mais o mito se torna incontestável e se torna verdade. Também em economia os mitos existem. Mas raramente resistem à frieza dos fatos duros. Assim, o Novas Cartas Persas inaugura a seção "Mitos Econômicos Brasileiros", que vai procurar justamente estimular a reflexão e o debate para desmistificar o senso comum construído e disseminado no noticiário.
Os primeiros três mitos da seção se referem à famigerada "carga tributária", eternizada todo ano, em "recordes" registrados pelo diletante "impostômetro", sempre uma boa pauta para os últimos meses do ano. Não raramente, as notícias do "impostômetro", data de recolhimento de imposto de renda ou sobre carga tributária vêm também acompanhadas da opinião (sem fundamento) travestida de fato: "a carga tributária do Brasil, que é a mais alta do mundo…"; ou ainda "o brasileiro é quem mais paga imposto no mundo…". E assim ficamos.
Não é beeeem assim. Estamos longe de ter a maior carga tributária do mundo. Vamos aos fatos. Quando comparamos com os países da OCDE, em geral capazes de prover serviços públicos de qualidade, constatamos que o Brasil não está nem no "top 10" da lista da OCDE:

Carga Tributária OCDE e Brasil
Em comparação com os países ricos, não temos, nem de longe, a maior carga tributária do mundo: o país está no meio da tabela, é o 15º entre 35 países. Em listas com mais países, como o da Heritage Foundation, o Brasil cai para a 30ª posição.
O primeiro mito foi "desmistificado".

Obs: A tabela indicava de maneira equivocada a Hungria no topo do "ranking", apesar de sua carga tributária bruta ser claramente ser menor que a de oito dos países selecionados. O equívoco foi causado por um espaço que impediu o ordenamento correto na planilha, mas não invalida o argumento do post e tampouco mudava a posição relativa do Brasil na tabela. O erro foi corrigido. Obrigado ao leitor Paulo Penteado por apontar o equívoco que passou batido pelo autor (e por tantos meses!).

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