SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sou uma lenda viva!

Vejam vocês, meninos e meninas, que cousa estonteante. 
Na última sexta-feira participei da solenidade de posse da nova direção do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada/PR e João Soares, dos Vigilantes de Curitiba, durante sua fala, chamou-me de "lenda viva do sindicalismo paranaense", o que prova que nossos vigilantes são submetidos a condições tão estressantes que - pobrezinhos! - as vezes não falam cousa com cousa.
Além de ter reencontrado Zeno Minuzzo, companheiro e amigo incondicional que esteve comigo nos anos 80/90 na direção da CUT/PR e Mírian Gonçalves, formidável companheira de caminhada nas lutas todas e atual vice-prefeita de Curitiba, devo registrar aqui uma respeitosa reclamação, que dirijo aos compas Adir e Bahia, lideranças da entidade: o jantar demorou tanto que, crendiospai!, faltou pouco para que me tornasse apenas uma lenda, quase morri de fome, logo eu, velhote de horários regrados.
Sobrevivi, entretanto, e ando de narizão empinado e, sendo uma lenda viva, quem pode comigo, né não?

Atualizações importantes

1. Se me convidarem para solenidades de posse de direções sindicais devo requerer, com fulcro no Estatuto do Idoso, que o jantar seja servido, no máximo, as 20 h, até porque pretendo pelos próximos 20 anos, pelo menos, ser uma lenda completamente viva.


2. Sonia Fernandes, ainda na sexta-feira, foi logo avisando que lendas vivas lavam louça, e tratei de comprar os detergentes de praxe.

3. Pena que Jaime Cabral, amigo incondicional e também ex-dirigente da CUT/PR não pode comparecer.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

SUS, médicos cubanos, preconceito e calhordice da máfia de jaleco

Permitam-me, classe-mérdias de bosta, incluindo jaguaras de jaleco: somos um dos poucos países grandões do mundo a ter um sistema público, universal e gratuito de saúde. 
Repito, seus merdas: somos um dos poucos grandões que tiveram coragem para adotar esta clara decisão política.
Pensem, cocozões, se é que vocês são capazes: nosso imperfeito SUS foi criado em 1988 e, para citar um exemplo, o sistema público inglês foi estabelecido em 1948 (e é, pelo que sei, um dos melhores e mais azeitados do mundo, e para um população cinco vezes menor que a nossa, e em território do tamanho de São Paulo, se não me engano) e Barack Obama, chefão criminoso do terrorismo americano, conseguiu implementar uma espécie de SUS meia boca, que atende de modo limitado parcela reduzida do povo americano que, como mostra o Fantástico, não convive com filas em seus hospitais privados: lá, simples assim, se você não tem plano de saúde, cagou-se, NÃO SERÁ ATENDIDO!
Bem, o nosso SUS está ainda em construção, seus merdas, e tem meros 25 anos.
Falta muito? É claro que falta, ou 'cê pensa que sou burro?
Burro é você que zurra suas merdas pela vida.

domingo, 25 de agosto de 2013

Pela Virgencita Botinuda y Golpista: mijones de comunistas de jaleco estão invadindo o Brasil!

El Servicio de Alto Falantes Ornitorrinco, hoy a soldo de La Havana e de sus barbuditos, bajo la proteccion da La Virgencita Botinuda y Golpista y de la sonrisa de Bergoglio, il Sestroso, presenta al pueblo brasileño este alerta y pide oracciones, novenas, procissiones y, sin embargo, roga que Las Gloriosas Fuerzas Armadas hagan alguna cosa contra el petismo búlgaro y usurpador, que pretiende la completa y total destruicción de nuestros valores ocidentales e cristianos!

Cuidate: puede haber un comunistón de jaleco y barbudón bajo su cama, humando un charutón y emborcando su penico!

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Copiei do Blog do Mello

Porque prefiro ser tratado por médicos brasileiros. Ou não

Eu prefiro ser tratado por médicos brasileiros, embora 54,5% dos 2400 formandos que fizeram a prova do Conselho Regional de Medicina de SP não atingiram a nota mínima. O pior é que os erros se concentraram em áreas básicas. Mesmo assim vão poder exercer a profissão e atender aos infelizes que caírem em suas reprovadas mãos. Mas eu não moro em São Paulo.
Prefiro médicos brasileiros, porque eles são coisa nossa. Por exemplo, a gente liga pra marcar consulta e a telefonista do doutor pergunta: - é particular ou plano? Se for plano, empurram sua consulta lá pra frente. Particular, eles dão um jeitinho. Coisa nossa.
Prefiro médicos brasileiros, porque quando chego ao consultório, fico esperando mais de uma hora pra ser atendido. É porque eles são bonzinhos, gostam de atender a todo mundo, e sabem que ali, no calor apertado da sala de espera, sempre pode rolar uma conversa agradável sobre sintomas e padecimentos com outros médicos. E a socialização é muito importante. Sem contar que podemos adquirir informação, com a leitura daquela Veja em que Airton Senna e Adriane Galisteu ainda estão namorando. Ah, tempo bom! É coisa nossa.
Prefiro médicos brasileiros, porque quando a consulta é particular, eles fazem questão de não dar recibo, ou então a recepcionista pergunta se vou querer a nota fiscal, porque aí o preço é diferente. Não é sonegação, claro que não. É porque eles têm vergonha de espalhar quanto cobram pela consulta. Coisa nossa.
Prefiro médicos brasileiros, porque eles vivem chorando miséria, mas, mesmo assim, no estacionamento dos médicos nos hospitais só tem carrão importado. Parece até pátio de delegacia de polícia. Coisa nossa.
Prefiro médicos brasileiros, porque você faz todo o acompanhamento de sua doença com o doutor do seu plano de saúde, mas na hora da cirurgia, embora ela seja coberta pelo plano, o doutor sempre pede um por fora, pra ele e equipe. Inclusive o anestesista, aquele médico que não é médico, não tem plano, não obedece a sindicatos nem nada. É sempre por fora. É coisa nossa.
Prefiro médicos brasileiros, porque várias vezes você chega ao posto de saúde, a uma emergência ou ao hospital e ele simplesmente não foi trabalhar, e usa de sua criatividade, inventando até dedinhos de silicone, para receber aquele salário que eles dizem que é uma merreca. Mas, isso é mentira, na verdade eles não vão trabalhar porque os hospitais, ambulatórios, as emergências e postos de saúde não dão condições. Eles só não largam o emprego porque têm pena dos pacientes que vão deixar na mão - embora não trabalhem. Pelo menos é o que dizem. Coisa nossa.
Só escrevo este texto, porque tenho vários amigos médicos e, infelizmente, não vejo nenhum deles se levantar contra esse hediondo corporativismo, contra essa maluquice generalizada de que seus colegas cubanos (que trabalham no mundo inteiro) são despreparados e, pior, vão espalhar a ideologia comunista pelo Brasil. Esses médicos que acham que municípios sem médicos têm que continuar assim, enquanto não tiverem infraestrutura, como naquela história da época da ditadura, de que era preciso primeiramente fazer crescer o bolo para depois dividi-lo.
Se os médicos estivessem defendendo seu mercado de trabalho... Mas, não, os médicos estrangeiros só estão vindo ocupar vagas que foram recusadas por seus colegas brasileiros, que não querem trabalhar e também não querem que outros trabalhem. O paciente... ah, o paciente. Ele não é mais paciente, agora é cliente.
Claro que temos ótimos médicos. E muitos deles já se declararam a favor da vinda de seus colegas do exterior.
Temos ótimos médicos, repito. Vários deles trabalhando em condições precárias. Temos muito o que melhorar, e a presidenta Dilma reconheceu o problema em seu pronunciamento na TV:
Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam. Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde.
Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades.
Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros. Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais.
Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017.
[Fonte]
Mas, o que estamos vendo é que existe um grupo de médicos para quem os cidadãos brasileiros de municípios sem médicos devem sofrer calados ou pegar um ônibus, barca, trem, o que seja, para procurar uma cidade onde um senhoríssimo doutor (brasileiro) o atenda, quando der. A esses lembro que Deus é ironia, e eles podem amanhã ou depois sofrer um acidente, numa pequena cidade, um pequeno município daqueles que ninguém jamais ouviu falar, eu gostaria de saber o que sentiriam ao ouvir alguém lhe falar assim:
- Necesita de ayuda, señor?

(Sugiro a leitura deste texto de Luciano Martins Costa, publicado no Observatório da Imprensa)

sábado, 24 de agosto de 2013

Carta Aberta para o calhordão de jaleco que preside o CRM-MG

De Paulo Roberto Cequinel
Para João Batista Gomes Soares, presidente do CRM/MG (v
ia Assessoria de Comunicação)


Leio aqui que você, seu calhorda de jaleco, disse que "Se ouvir dizer que existe um médico cubano atuando em Nova Lima, por exemplo, mando uma equipe do CRM-MG fiscalizar. Chegando lá, será verificado se ele tem o diploma revalidado no Brasil e a carteirinha do CRM-MG. Se não tiver, vamos à delegacia de polícia e o denunciamos por exercício ilegal da profissão, da mesma forma que fazemos com um charlatão ou com curandeiro”.


E vejo aqui, ainda mais puto dentro das calças, que você, seu jaguara sarnento de jaleco, afirmou que "Nossa preocupação é com a qualidade desses médicos, que são bons apenas em medicina preventiva, não sabem tirar tomografia. Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos.

Na condição de cidadão brasileiro, de pai, de avô, proclamo que você é um absoluto, abjeto e completo filho da puta de jaleco, um sujeito do qual tenho nojo definitivo e derramado.

Meu nome é Paulo Roberto Cequinel, RG 847.060-0/PR, residente em Antonina/PR, à Rua João Leão, 324.

Vá para a puta que te pariu, calhordão!


(enviada às 21h04)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

E a direita, em êxtase gozoso, ao tempo em que proclama "São Joaquim Batman Barbosa, rogai por nós!", trata de acender velas para Santa Marina Esverdeada e para São Eduardo Blue Eyes Campos

Êxtase tem mesmo a porra do chapeuzinho?
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Copiei de Gilson Sampaio

JOAQUIM BARBOSA É CANDIDATÍSSIMO
É A DIREITA SAINDO DAS CAVERNAS
Laerte Braga

É claro que candidato dele mesmo. Mas é. Nos seus delírios imagina que os brasileiros vão implorar a ele que seja o próximo presidente para “moralizar” o Brasil. As hienas que têm o controle do Estado apenas observam e se num acesso de loucura emplacar sua candidatura vai receber apoio de muitas delas. É só olhar seus votos no STF.
Joaquim Barbosa, Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, Marina da Silva e Eduardo Campos, é a direita saindo das cavernas.
A corrupção para “combater” a corrupção, tipo assim Gurgel no Ministério da Justiça.
O mercado imobiliário de Miami vai adorar. Não sei se a Polícia vai gostar, mais uma máfia para atormentar o estado, aumentar o trabalho.
Não basta a Joaquim Barbosa pedir desculpas a Lewandowsky. Não tem equilíbrio para presidir a mais alta corte de Justiça do Brasil num momento delicado do País, em que se vê as ruas tomada por manifestantes sem muita noção de suas bandeiras e a direita à espreita, pronta para enfrentar os velhos perigos do “comunismo”, agora “vandalismo” e da corrupção.
E os corruptores? Vão financiar como aconteceu no golpe de 1964, quando eram donos do Estado enquanto os generais brincavam de torturas, estupros, assassinatos, etc.
O tempo e o espaço hoje são diferentes. O modus operandi também. Vide o que acontece no Egito.
John Kerry vem ao Brasil e no maior desplante, sem vergonha alguma, propõe a Anthony Patriot monitorar o mundo contra “terroristas”.
E Patriot, submisso, diz que “sei lá, isso pode gerar desconfiança”. Um sim dissimulado.
Estamos brincando com a democracia deixando figuras como Joaquim Barbosa proliferarem corrupção, autoritarismo, desvirtuar um Judiciário onde já pontificaram Adauto Lucio Cardoso, Bilac Pinto, Evandro Lins e Silva, Hermes Lima, Victor Nunes Leal e tantos outros. E cito ministros de diferentes pontos de vista.
Há um cúmplice de grande perigo nesse processo todo. A mídia de mercado.
Tivéssemos essa mídia independente e todo o processo de compra do apartamento de Joaquim Barbosa em Miami seria investigado, esmiuçado. Quais foram os construtores, os proprietários, quem vendeu, como o dinheiro saiu, quebra de sigilo bancário e fiscal, mas não. O silêncio é conveniente. E muito bem pago.
E o governo? Vai temer cobrar os débitos do Itaú? Ele não teme em sangrar seus clientes, muitas vezes, na maioria, trabalhadores. E o GRUPO GLOBO? Vai ficar devendo seu imposto e recebendo verbas públicas ilegais para propaganda?
Uma das percepções mais significativas do insulto de Joaquim Barbosa é essa. Não foi um ato de pura explosão, foi algo calculado, dentro do seu estilo de ator, o medo de ter que devolver o apartamento de Miami. E a inserção num processo político que se trama nas cavernas e que pode explodir, sem que as tropas saiam dos quartéis, como disse, o tempo e o espaço hoje são outros.
O espetáculo mostrado ao vivo para todo o País vendendo sardinha como se fosse allitti. Gato como se fosse lebre.
Zelaya e Lugo foram depostos pelos congressos de seus países e as decisões forami confirmadas pelas cortes supremas, as forças armadas apenas “mantiveram a ordem”. Em Honduras se mata até hoje e se privatiza cidades inteiras. São países pequenos? A Colômbia não é e controlam do presidente ao soldado raso. Quantas vezes tentaram derrubar Chávez?
O Brasil é o País chave da América Latina, já dizia Nixon, “para onde se inclinar o Brasil se inclina a América Latina”.
Pouco a pouco as pessoas vão percebendo esse jogo, as que vão às ruas vão sentir a necessidade de bandeiras de luta, organização, comando coletivo.
Quando Joaquim Barbosa ofende um colega do STF está apenas cumprindo seu papel no jogo.
O resto é espetáculo. O escândalo do metrô em São Paulo já começa a ser esvaziado e novo trens vão comprados.
É a direita saindo das cavernas, incomodada com a comissão da verdade e com os rumos do País, mesmo que o governo Dilma não seja lá essas coisas.
É por aí que Joaquim Barbosa é um peão com aspirações ao topo. Cumpre seu papel no esquema e se vende como opção.

domingo, 18 de agosto de 2013

Tenha compostura São Joaquim Batman Barbosa!

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco informa que o indispensável Blog da Cidadania está promovendo campanha para que São Joaquim Batman Barbosa, o santo milagrento da classe média e da direita sem povo e sem voto, comece a ter compostura no exercício das suas elevadas funções. 
Se você concorda, acesse o blog e assine o texto.
Se você não concorda, bem, vote nele ou em santa marina esverdeada e depois não reclame das merdas que farão.
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Copiei do Blog da Cidadania
(O título acima é de minha responsabilidade) 

Ao
Ilustríssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal
Sua Excelência Doutor Joaquim Barbosa

É com legítimo sentimento de frustração que os abaixo-assinados vimos até o presidente do Poder Judiciário brasileiro de forma a exortá-lo a que interrompa uma conduta que vem adotando ao longo do tempo que desrespeita, insulta e desmoraliza não apenas a magistratura nacional, mas cada cidadão brasileiro.

Nós, cidadãos abaixo-assinados, nos declaramos perplexos ao ver a Suprema Corte de Justiça do País transformada em um verdadeiro botequim em que, aos berros, uma das mais altas autoridades da República se despe da serenidade e do respeito que deve à coletividade.

Dificilmente até o próprio destinatário destas palavras irá negar que a Justiça anda em débito com o país. Lenta, imprecisa, seletiva de acordo com a classe social e – agora se sabe – com a posição política dos que lhe batem à porta, é vista com desconfiança pela esmagadora maioria da sociedade.

Os membros do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, não sendo guindados ao cargo pelo voto popular e, sim, por escolha do chefe do Poder Executivo Federal, têm a responsabilidade indelegável de transmitir confiança de que suas decisões não se baseiam no coração ou no fígado, mas nos princípios mais elevados do Direito.

Troca de insultos e sugestão de condutas incompatíveis com a ética entre os ministros do Supremo, portanto, conspurcam a todos eles.

Foi assim na quinta-feira, 15 de agosto de 2013, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal acusou o ministro Ricardo Lewandowski de atuar em desconformidade com seus deveres constitucionais de forma a beneficiar acusados de crimes graves, o que, por óbvio, sendo verdade o transformaria, também, em criminoso.

A situação produzida pelo destempero verbal e emocional do presidente do STF, assim, tem o efeito deletério de pôr em dúvida todo o colegiado daquela Corte, pois se um dos ministros age de forma antiética, qualquer outro pode agir.

Dessa maneira, nós, cidadãos abaixo-assinados, exortamos Vossa Excelência, doutor Joaquim Benedito Barbosa Gomes, a que respeite a sociedade brasileira abstendo-se de perder o controle, senão o tempo todo – como seria desejável –, ao menos nas sessões da Corte que preside, momentos em que seu cargo lhe cobra um mínimo de compostura.

Sem mais para o momento, os abaixo assinados subscrevemos as ponderações acima.

Atenciosamente,

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A farsa do "mensalão": ministros do STF foram vergonhosamente tangidos pela mídia delinquente e sonegadora de impostos

Quem me conhece sabe que sou incapaz de ser neutro e que minha modesta militância sempre foi - e permanece sendo - marcada pela paixão. 
Esta paixão militante resultou em muitos erros, tantos que no los puedo contar, mas não sou idiota: jamais afirmaria que Henrique Pizzolato É INOCENTE se ele não fosse inocente.
Tenho filhos e netos e quero olhar nos olhos deles até o fim.
Eu posso fazer isso, simples assim.

---xxx---

Copiei de O Cafezinho

Cai a última acusação contra Pizzolato

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não estarão julgando apenas os réus. Há dois réus ocultos, muito mais importantes sendo julgados nestes últimos momentos da Ação Penal 470. Os próprios ministros e a mídia. Ao condenar inocentes, pressionados pela mídia, os ministros estarão escrevendo seus nomes nos anais da história da corrupção judiciária. E a mídia, igualmente, terá protagonizado mais um ataque ao Estado de Direito e à democracia, depois de tantos que já fez na história política do Brasil. O povo brasileiro perdoou o apoio que a mídia deu à ditadura. Mas esse perdão não é eterno. Ele está condicionado à reconstrução de nossa memória e ao grau de consciência política do povo. O golpe conceitual e político dessa farsa chamada “mensalão” apenas acrescenta um capítulo triste à biografia de nossos principais grupos de mídia. Já escrevi diversas vezes sobre o caso de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Acredito que o caso dele é a primeira grande ruptura no casco da farsa. Pizzolato foi condenado a 12 anos por ter desviado R$ 74 milhões do Banco do Brasil para a DNA Propaganda. Em troca, Pizzolato teria recebido, diz a acusação, uma propina de pouco mais de 300 mil reais.
Hoje apresentamos, porém, a prova definitiva da inocência do petista. A acusação de desvio foi derrubada e soterrada com enorme quantidade de documentos:

* Pizzolato não tinha poder para transferir nenhum recurso do BB à nenhuma agência de publicidade. Essa responsabilidade cabia a seus superiores, como Claudio Vasconcelos, gerente-executivo de Propaganda e Mídia.
* Os três pareceres assinados por Pizzolato, usados para incrimá-lo, também foram assinados por outros três executivos, que misteriosamente não foram indiciados na mesma Ação Penal, o que revela perseguição política inadmissível num Estado de Direito.
* Os pareceres assinados por Pizzolato não eram deliberativos. Há documentos deliberativos não assinados por Pizzolato autorizando Visanet e DNA propaganda a darem sequência às campanhas de marketing.
* As campanhas de marketing pelas quais a DNA Propaganda recebeu da Visanet foram realizadas. As provas estão aí. Por isso mesmo, a diretoria jurídica do BB jamais processou a DNA para exigir o dinheiro de volta.
* O contrato da DNA Propaganda com o Banco do Brasil era antigo, e sua última renovação foi aprovada antes da entrada de Pizzolato.
* Os recursos do Visanet, usados para pagar a DNA Propaganda, são privados. Todos os documentos mostram isso. Há auditorias, relatórios, todos concluem que os recursos eram privados. A assertiva contrária, usada pela acusação, é inepta, equivocada e tendenciosa. Houve má fé por parte dos acusadores e juízes, porque a definição dos recursos visanet como públicos interessava à manutenção de uma narrativa política.

O Cafezinho teve acesso à defesa da DNA Propaganda, onde consta a relação do uso dos R$ 74 milhões que, segundo a Procuradoria, foram “desviados”. Não foram desviados. Foram efetivamente usados em propaganda. A Globo e os principais grupos de mídia sempre souberam disso, porque receberam a maior parte dessa verba. Há documentos e notas fiscais para tudo isso. Como sempre a Globo ficou com a maior parte. Ironia suprema desse imbróglio todo: o “mensalão” na verdade foi parar nos bolsos da família Marinho. Enquanto Pizzolato pode ser preso sem ter feito nada, os Marinho embolsaram R$ 5,5 milhões dos recursos que, segundo a acusação, teriam parado nas mãos de mensaleiros. O dinheiro distribuído a políticos e diretórios partidários em 2004 vieram dos empréstimos do PT e de Marcos Valério, não tem nada a ver com os R$ 74 milhões que o BB/Visanet pagou para a DNA veicular campanhas publicitárias.
Principais grupos de mídia que receberam os recursos da campanha do BB/Visanet no ano de 2004:
 
A DNA também levantou todos os funcionários do BB que assinaram documentos autorizando a agência a fazer pagamentos a veículos de mídia, ainda no âmbito da campanha BB/Visanet que, segundo a acusação, não teria sequer existido: 
 
Observe que Pizzolato está em 20º lugar no número de autorizações da DNA. Em primeiríssimo lugar, estão os seguintes servidores do BB: Rogério Sousa de Oliveira, Claudio de Castro Vasconcelos e…  Roberto Messias. Sim, ele mesmo, o homem forte da Secom que agora quer a prisão de Pizzolato. Nas autorizações do BB para DNA pagar fornecedores e mídias, constam 279 assinaturas de Roberto Messias, e apenas 19 assinaturas de Pizzolato. Mais uma vez, está patente o caráter vicioso, discriminatório, politicamente orientado, da acusação.
E agora caiu por terra também a acusação de que Pizzolato teria recebido propina. Tivemos acesso a documentos comprobatórios que mostram que o envelope com R$ 326.660,67 foi realmente destinado ao diretório do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro. O relatório elaborado pela Polícia Federal, Inquérito Policial nº 002/2007-DFIN/DCOR/DOF, assinado pelo Delegado da Polícia Federal Luís Flávio Zampronha de Oliveira, mostra que esta quantia exata foi sacada por um funcionário da DNA, Robson Ferreira Pego, na agência do Banco Rural em Brasília, e entregue à Marcos Valério, que por sua vez a repassou ao diretório do PT no Rio. Este documento foi escondido no inquérito 2474, que Joaquim Barbosa mantém em sigilo até hoje, porque reúne documentos que comprometem a verossimilhança do “mensalão”.
Em depoimento à Polícia Federal, Marcos Valério entrega a planilha com a distribuição dos recursos que ele, em parceria com Delúbio, repassou a diretórios do PT, para financiar campanhas ou pré-campanhas eleitorais. Esses foram os recursos que Valério arrecadou, via empréstimo, no Banco Rural, para emprestar ao PT, que tinha dívidas de campanha.
 
Aí segue uma lista com os recebedores individuais do PT em todo país, que recebiam dinheiro do Marcos Valério (na verdade, dinheiro do PT, pois o acordo entre Delúbio e Valério era que o PT iria pagar) para suas respectivas campanhas. No Rio, constam as seguintes entregas:

O dinheiro entregue no Rio seguiu para Manoel Severino, que era o controlador financeiro das despesas eleitorais do partido no estado. Um do valores foi entregue via Henrique Pizzolato, que nem chegou a abrir o envelope. Estava no trabalho, mandou alguém pegar o envelope, e depois um representante do PT no Rio foi buscá-lo em seu apartamento.
Observe que os valores batem até nos centavos. No auge do escândalo, acusou-se Pizzolato de ter comprado seu apartamento com esse dinheiro. Pizzolato imediatamente abriu todos os seus sigilos fiscais e bancários, ao contrário de Joaquim Barbosa, que até hoje não explicou a compra de seu apartamento em Miami. Pizzolato teve sua vida fiscal e bancária vasculhada pelo período de mais de 20 anos e nunca se encontrou nada. E provou que adquiriu seu apartamento com recursos próprios, obtidos de maneira transparente e honesta.
Esperamos que o STF não se dobre a uma mídia delinquente, sonegadora de impostos, historicamente golpista, e defenda os valores democráticos e humanistas que norteiam a nossa Constituição e guiam nossos ideais mais profundos!

CUT, trinta anos de luta!

 

Em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo, nascia a Central Única dos Trabalhadores.
Este velhote não esteve no congresso de SBC mas, em maio de 1985, no salão de assembleias do Sindicato dos Petroleiros PR/SC, foi um dos delegados ao congresso que fundou a CUT/PR de modo que, muito modestamente, faz parte desta história.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Velhote que sou, e já devidamente protegido pelo Estatuto do Idoso, assino o claro desabafo deste jovem petista

Copiei de Letras & Lutas

Desabafo de um jovem Petista

Sou jovem, tenho 25 anos, filiado ao PT e militante do movimento social desde 2005. Construí minha militância no Movimento Estudantil, logo no primeiro semestre da minha graduação participei dos congressos da UPE (União Paranaense dos Estudantes) e da UNE (União Nacional dos Estudantes) e nunca mais me afastei da luta social. No movimento estudantil fui do Centro Acadêmico, do Diretório Central dos Estudantes (UFPR e FAFIPAR), Secretário Geral da UPE e diretor da UNE. Sempre estive na defesa de uma educação pública e de qualidade, da soberania nacional, da distribuição de renda, mas a cima de tudo, pela construção do socialismo.
Sem dúvidas, o elemento que mais motiva minha militância não é a aspiração de ser eleito a algum cargo do executivo ou legislativo, ou simplesmente ter um bom salário. Milito, pois a sociedade em que vivemos me causa indignação. Não aceito e não acho natural viver numa sociedade que descrimina as pessoas pela sua cor, sua orientação sexual, por ser mulher ou pela sua situação econômica. Indigno-me, pois vivemos num mundo onde as pessoas morrem de fome e frio, em que a moradia, saúde e educação são tratadas como um bem material e não como um direito básico.
A sociedade capitalista que vivemos é a responsável pelo individualismo, exclusão social e propagadora das desigualdades e da violência. Por isso, me considero mais um na luta anticapitalista, anti-imperialista, motivo pelo qual me filiei ao PT. Sou um daqueles/as que vê o PT como um instrumento da classe trabalhadora para a construção do Socialismo.
Infelizmente, vemos o nosso partido se fragilizando a cada dia. O PT tem perdido o seu encanto e ganhado cada vez menos os corações e mais os interesses econômicos. No que diz respeito a juventude, a taxa de rejeição do PT nessa parcela da sociedade é cada vez maior e extremamente justificável. A juventude do PT não tem autonomia política, a grande maioria é tutelada por seus dirigentes e isso impossibilita um viés mais crítico por parte da juventude, pois, quando se posicionam dessa maneira, são isolados pelos ditos dirigentes políticos.
No último sábado, os membro do Diretório Nacional se reuniram. A primeira reunião do diretório depois do início das grandes mobilizações no Brasil, tendo como pauta, conjuntura e PED. Não participei da reunião pois segundo o Presidente do Partido, Rui Falcão, só participaria o Secretário da JPT. Isso já mostra o grau de prioridade que a juventude tem dentro do partido. Como debater conjuntura sem a Juventude do PT? Além disso o diretório rejeitou enquadrar o Dep. Vaccarezza, que vai assumir (e já enterrou) a Comissão da Reforma Política, e mudou as regras do PED, mas não foram simples mudanças, foram mudanças no Estatuto do PT. Como alterar o estatuto aprovado no IV Congresso, numa reunião do Diretório Nacional?
As mobilizações do último mês nos deram um recado. Só nos vangloriarmos do que conquistamos à frente do Governo Federal não é o suficiente. A população, em especial a juventude, pede uma nova forma de se fazer política e quer ser mais participativa, renegando a política tradicional. O PT vai na contramão das mobilizações. Beneficiando cada vez mais o poder econômico e as oligarquias. Topando o pior da política para se manter no governo.
Dirigentes do PT, o processo que vocês construíram que levou Lula e Dilma ao Governo Federal foi vitorioso, mas não sejam os responsáveis por acabar com o nosso partido. Essa política de alianças com o agronegócio, evangélicos e meios de comunicação está fadada ao fracasso. A juventude não aceita ser dirigida e quer uma estrutura de organização horizontalizada e não centralizadora e personalista. Não vamos reinventar o PT nas velhas práticas, o mínimo que esperávamos era respeito às instâncias partidárias e o compromisso com a reforma política.
Saudações de um jovem que sonha e não tem medo da ousadia!
Camilo Vanni é Secretário de Comunicação da Juventude do PT.

domingo, 11 de agosto de 2013

Poema para meu pai

Teus pais são João e Gabriel, Marcos e Álvaro, Carlos e Rodrigo?
Você tem dois pais?
Pois compre dois presentes, ainda dá tempo.
E aplique nos dois oitocentos abraços e dois mil beijos.
Você pode fechar os olhos e sentir-se seguro.
Mesmo que os seus dois pais sejam imperfeitos, 
e eles são humanamente imperfeitos.
Eu tenho um pai formidável, Maury Antonio Cequinel.
Darei nele, amanhã, mil e seiscentos abraços e quatro mil beijos.
Eu e você, amanhã, abraçaremos nossos pais!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Que ninguém nos ouça: os poetas todos deveriam ser presos, né não?

POEMINHA ATOMATADO

(Anotações sobre a inflação de 0,03% em julho)

No meio do caminho havia
um quilo de tomates.
No meio do caminho havia umas porras 
de uns tomates com preço muito alto.
No meio do caminho havia um quilo 
de porras pisando no tomate.
No meio do caminho havia tomates quilos 
de porras e especialistas anunciando 
a porra do fim do mundo, 
mais precisamente 
the end of the fucking world of the bulgarian petism.
Oh my holly god, today e bem ali 
no sacolão da esquina 
a porra do búlgaro tomate 
vende-se a preço vil, 
meros dois ou três mirréis, 
ou suas frações norte coreanas.
Santa Mirian Leitão das Pragas Globais, rogai pelos coxinhas 
e por um segundo turno salvador! 
Amém!
Amém?

Carta Aberta para Merval Pereira, jaguara abjeto da Globo e serviçal do aparato mafio-midático

Você, que não passa de um completo e abjeto jaguara sarnento, disse com todas as letras que “A ação individual de um político desonesto é menos danosa para a democracia do que a de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele. Foi o que aconteceu justamente no mensalão do PT. Se as investigações do caso Siemens em São Paulo levarem à conclusão de que o PSDB montou um projeto de poder em São Paulo desde o governo Covas, passando por Geraldo Alckmin e José Serra financiado pelo desvio de verbas públicas, estaremos diante de uma manipulação política com o mesmo significado, embora com alcance regional, enquanto o mensalão tentou manipular nada menos que o Congresso Nacional.
Não sei se você tem filhos, seu merda, mas se os tiver, lamento por seus pimpolhos que estão sendo "educados" por um pulha absoluto e completo como você.
Você não vale a merda que eu deposito na privada todos os dias por volta das 9 da manhã porque, simples assim, cago honestamente enquanto você, notório calhorda de escol, é regiamente pago para fazer piruetas imorais a mando dos seus patrões.

Não, não imagino que um dos filhos mafiosos e sonegadores de impostos da Globo tenham mandado que você escrevesse esta patifaria: você se adianta a eles e, abanando pateticamente o rabão obsequioso, gane pelos cantos sua submissão e ganha uns ossos ensebados, seu filho da puta!

Saiba mais aqui, no indispensável Gilson Sampaio 

Carta Aberta aos Súditos: o Reino das Araucárias é um canteiro de obras!

Sugestão de Antonio Bento Bento, por e-mail

Aos súditos

por *Ge Moustaki

Carta Aberta aos Súditos! (em especial aos dos feudos de Ecoville, Alphaville e Soho Batel, mas se os outros diferenciados quiserem ler – e entender – tudo bem!)


Nunca antes na história deste reino, um governante foi tão vilipendiado quanto o príncipe Charles Albert Richard, o Garboso. A imprensa bolchevista tenta impingir a pecha de inerte e inoperante ao imaculado monarca. Coisa de víboras rastejantes. De pústulas travestidas de jornalistas. Assim agem os comunas, os esquerdelhos, órfãos do Hugo Chaves. Do Mao Tsé-Tung. Amasiados dos irmãos Castro. Financiados pelo ouro de Kim-Jong Un e pela farinha boliviana do Evo Morales. Incapazes de construir algo positivo tentam jogar com sofismas e estatísticas manipuladas. Publicam vitupérios em seus pasquins afirmando que o Reino está quebrado, que o dinheiro não pagará o salário dos lacaios, digo dos Reais Funcionários Públicos. Que não há verba para investimentos.

Mentiras, aleivosias de toda espécie são impingidas a massa ignara. Biltres! Borra-botas! Poltrões! Nunca antes nestas plagas houve um governante tão fértil. De ideias e realizações que fique bem claro. Um governante tão fecundo. De projetos e obras, que dúvida não paire. Este é um reinado que pensa 24 horas por dia, 366 dias por ano, em seus súditos e súditas. As Súditas aliás têm atenção especial. Elas merecem toda a consideração, como cabe a um gentleman. Ele, o monarca bonitaço,  inclusive criou uma Real Secretaria para os Negócios das Mulheres. O Príncipe macanudo sempre distinguiu especial atenção aos Negócios das Mulheres. Ele é um aficcionado no assunto. E é por isso que ele desperta tantos sentimentos de gratidão e apreço por parte das súditas. Por conta das campanhas difamatórias contra a figura – de bela envergadura, porte atlético, roupas bem cortadas e sorriso cintilante diga-se – que alguns microcéfalos resolveram encetar contra as atitudes inquestionáveis do nosso amado e portentoso monarca,  viemos a público desmontar a maior mentira, a que serve de combustível para os planos nefastos de anarquistas, ateus, cripto-comunistas e afins: “o reino das Araucárias está quebrado”: Bazófia mastodôntica.

Nunca antes na história arrecadou-se tanto. Se gastos há é porque o reino é um impressionante canteiro de obras: a ponte Caiobá-Guaratuba-Ilha do Mel; a sextuplicação da rodovia do Café; o aeroporto internacional de Borrazópolis; a estrada de ferro Paranaguá-Antofagasta (Chile); a octoplicação da  BR 277; o porto exportador de Guaraqueçaba; a ampliação da arena da baixada para 250 mil pessoas; a remodelação do estádio do Café (180 mil pessoas); a construção do Pátio Batel; a implantação da fábrica de Maranello (Ferrari) nos 5 conjuntos, em Londrina, o autódromo Internacional de Guarapuava ( o pessoal de lá adora velocidade);as 15 mil escolas padrão Harvard, a polícia padrão Scotland Yard. São obras como estas que fazem deste um governo incomparável. Pelo menos aqui nos trópicos.  Progresso semelhante só na Escandinávia e Canadá. Só não vê quem não quer!

Aliás, eu e o amigo Doático (nomeado Arquiduque de Japira), mais o Romanelli (Barão de Goioerê), figuras do círculo restrito de confiança do príncipe, estamos preparando uma manifestação monstra e bestial de apoio ao Real Tribunal de Justiça do amigaço Cleitão, ao Parlamento do chapa Val e ao Real Tribunal de Contas do querido Fabinho. Vamos reunir no mínimo 4 milhões de pessoas para ovacionar o monarca ( o tal do padreco argentino vai se sentir insignficante diante da demonstração de apoio que vamos arregimentar). Serão milhões de vozes entoando o nosso hino cívico: “I will survive” (da Gloria Gaynor). E não adianta difamar! Honra e Glória aos cuecas-de-seda!

Abercrombie and Fitch now!

*G. Must ; antigo requianista, convertido aos encantos do Garboso. Trocou a carta de Puebla pelos cartões American Express Diamond e pelo Diners Special Reserve Plus. Extinguiu a irmandade da camisa azul desbotada e criou a Fraternidade Hugo Boss, destinada a entoar loas aos feitos do Monarca Cheiroso (Fragrância Dolce Gabbana). É leitor voraz da Veja, Men’s Health e da New Yorker. Viciado em roupas de marca, como ternos Ermenegildo Zegna e gravatas Salvatore Ferragamo. Sonha em tornar inglês a língua obrigatória nas escolas públicas do reino. É contra a construção do metrô em Curitiba. Acha que povos de língua portuguesa só podem andar de lotação. De preferência de tração animal. “Por acaso existe subway (metrô) em Lisboa, Maputo ou Cabo Verde? ” argumenta.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Direto e reto ao cerne da questão: Henrique Pizzolato é inocente e o mensalão, portanto, é completa farsa!

Copiei de O Cafezinho

Pizzolato é inocente, já a Globo...
Enviado por Miguel do Rosário

O pior conselheiro da justiça é o ódio. Quantos livros e filmes não foram feitos sobre a injustiça de condenar um inocente? Eu me lembro, por exemplo, de um belíssimo filme do Clint Eastwood, com Sean Penn e Tim Robbins nos papéis principais. Trata-se de uma parábola que se repete a todo momento na vida real. Em português, o título do filme é Sobre meninos e lobos (Mystic River, no original). Baseado no excelente romance homônimo de Dennis Lehane, conta a história de três rapazes criados na mesma vizinhança classe média baixa de Boston. Um deles é sequestrado ainda criança por um grupo de tarados, sofre abusos, e consegue fugir. Mas fica marcado para sempre. Jamais será um “lobo”.

Os outros se desenvolvem emocionalmente. O personagem de Sean Penn chama-se Jimmy. É um sujeito autoconfiante, casado com uma mulher bonita e com três filhos fortes e saudáveis. Tem quarenta e poucos anos e, após aventuras delinquentes da juventude, torna-se dono de um pequeno mercado no bairro. A trama começa com o assassinato da filha de Jimmy. Depois de algumas horas de busca, a polícia encontra seu corpo numa vala de um parque. Jimmy, que saía da cerimônia de primeira comunhão de suas outras filhas, do segundo casamento, reconhece o carro da filha e se dirige ao parque para saber o que houve. A cena em que o policial lhe comunica, apenas com o olhar, a morte de sua filha é uma das mais dramáticas que já assisti. Vários policiais seguram o pai desesperado, que se debate e grita de dor.

Jimmy não tem paciência para esperar a polícia fazer a investigação e prender o assassino. Tomado de ódio, quer vingança imediata, e as suspeitas recaem sobre o personagem de Tim Robbins, o frágil Dave Boyle, o garoto que fora sequestrado e estuprado na infância. Jimmy mata Boyle, mas pouco tempo depois descobre que cometera uma injustiça. O assassino era o irmão ciumento do namorado da sua filha. Um garoto surdo e com problemas mentais.

Mas Jimmy é um “lobo” e o filme termina com ele ao lado de suas filhas e esposa, novamente seguro de si, forte e feliz.

No julgamento da Ação Penal 470, temos uma situção similar. De um lado, temos um imenso ódio social acumulado, contra a corrupção, contra a classe política. Parte deste ódio é legítimo, em virtude de séculos de opressão e desvios sistemáticos de dinheiro público.

Aí entra o maquiavelismo sem limites dos donos do poder. Cientes de que este ódio atingiu um nível perigoso, precisam encontrar bodes expiatórios. A sociedade precisa viver uma catarse! Com um pouco de sorte, os bilhões desviados do escândalo do Banestado, da privataria, sonegados via paraísos fiscais, serão esquecidos por um tempo. Todo mundo só pensará no “mensalão”. Os exageros são constantes. Será chamado de “o maior escândalo de corrupção da história”, mesmo que movimente valores muito inferiores a qualquer outro escândalo.

O golpe principal, contudo, é atribuir-lhe um valor simbólico libertador. Pela primeira vez, o Brasil verá poderosos sendo condenados! O fato destes poderosos serem pessoas sem posses, ou seja, sem poder real nenhum, não interessa. A ficção se impõe sobre a realidade. O Brasil não pode mais voltar atrás. Foram anos de investimentos numa determinada narrativa, enterrando-lhe bem fundo na mente de milhões de brasileiros.

Só que há um problema. A denúncia é inepta. A mídia brasileira jamais deu espaço para que os réus defendessem seus pontos de vista; se o fizessem, todos ficariam chocados com a desonestidade gritante da Procuradoria e do relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa.

Entretanto, é um processo grande, deliberadamente bagunçado, discutido no meio de uma atmosfera de intolerância. Os protestos de rua agora estão sendo usados para acentuar o clima de linchamento. Em editoriais, ou disfarçadamente via publicação de cartinhas neste sentido, os jornais fazem ameaças veladas aos STF, dizendo que as “massas” chegarão às suas portas caso haja revisão das penas ou anulamento de alguma condenação. Voltamos à barbárie.

Por outro lado, nem todos são massa de manobra. Nem todos aceitam o destino de rebanho obediente que a mídia tenta nos impor. As ruas também protestaram contra os meios de comunicação. Os mesmos meios que pretendem pressionar o STF a cometer uma das maiores injustiças de sua história.

O trabalho de debate e contraponto que milhares de internautas vêm fazendo há algum tempo, tentando oferecer à sociedade uma visão alternativa sobre o processo do mensalão produziu também uma massa crítica. Nunca um processo penal foi tão estudado, de forma tão coletiva. Além disso, o fator tempo nos beneficiou, pela primeira vez. Tivemos a oportunidade de examinar os documentos, alguns deles disponibilizados apenas há pouco tempo. Tivemos tempo de raciocinar.

Mais que nunca, está claro que o mensalão é uma abominável ficção, em que se pegam alguns casos de caixa 2 nas eleições de 2002 e 2006, juntam-se com outros fatos que não tem nada a ver, e se cria uma história onde já não importa a verossimilhança. Manda quem é dono da bola e do campo. Um conluio ideológico e político, que ainda está por ser esclarecido pela história, entre a Procuradoria Geral da República, membros do STF e a mídia, produz as condições ideais para criar uma realidade paralela e condenar os réus.

A denúncia toda, porém, tem uma falha estrutural. Há um ponto no casco que ficou desguarnecido e pode ser rompido a qualquer instante. Na verdade, já foi rompido pela blogosfera, e um dia vai chegar à massa. Um dia, o gigante vai descobrir que foi enganado, e aí quero ver quem vai segurar a sua fúria contra quem o enganou. O caso de Henrique Pizzolato é esta falha. É onde se pode romper o casco do navio e afundá-lo.

Qualquer estudante de direito que tiver acesso aos documentos entenderá que Pizzolato é inocente. E no entanto, foi condenado por unanimidade por todos os ministros do STF.

A denúncia contra Pizzolato é totalmente absurda. Diz o relator, Joaquim Barbosa, em seu voto, onde seguiu integralmente a orientação da Procuradoria:

Quanto a esses recursos, o Procurador-Geral da República apontou quatro repasses principais, que somam quase R$ 74 milhões de reais, sem que houvesse sido prestado qualquer serviço (…)

Mentira! Os serviços da DNA foram prestados. A revista Retrato do Brasil apresentou provas de todas as campanhas de publicidade realizadas pela agência. A DNA prestava serviços ao Banco do Brasil desde 1994. Era a principal agência de publicidade em Minas Gerais. Sua ascensão se dá na era tucana. A última sequência de contratos da DNA com o BB começa em 2000. Alguns meses antes de Pizzolato assumir a diretoria de marketing do BB, uma diretoria inteiramente composta por funcionários nomeados no governo FHC, sem nenhuma ligação com o PT (muito pelo contrário) decide pela renovação do contrato. A DNA recebe as melhores notas dos altos executivos do BB, incluindo Claudio Vasconcelos, gerente de Propaganda e Marketing, o único com poder real para interferir na transferência de recursos de marketing do BB para o Fundo Visanet e deste para as agências de publicidade. Quando Pizzolato assume o cargo de diretor de marketing, no dia 17 de fevereiro, recebe em sua mesa toda a documentação contendo a decisão favorável de seus superiores para renovação do contrato. A ele coube apenas assinar, dias depois, um simples parecer sobre o tema, como lhe competia.

Os documentos mostram, ainda, que o Fundo Visanet jamais foi público. Tinha sido criado na era FHC por uma das maiores empresas do mundo no ramo de cartões, e contava com a colaboração dos principais bancos do país. Mas o seu controle final, por regulamento, pertencia à Visanet.

O BB participava do fundo Visanet como acionista e não fazia aportes financeiros – toda verba vinha de uma porcentagem sobre cada compra realizada com os cartões Visa. A gestão do fundo era feita por um comitê independente e o representante do Banco do Brasil nesse comitê era o funcionário Léo Batista dos Santos, jamais citado na Ação Penal 470.

A afirmação da Procuradoria, chancelada pelo relator, é absurda:

O Procurador-Geral da República salienta que “O valor que compõe o Fundo de Incentivo Visanet é público, de propriedade do Banco do Brasil”

A mídia jamais discutiu ou ofereceu aos leitores um debate minimamente equilibrado onde pudéssemos apontar esses erros grosseiros para o grande público.

Outro trecho do relatório de Joaquim Barbosa:

Segundo o Procurador-Geral da República, “o crime consumou-se mediante a autorização, dada por HENRIQUE PIZZOLATO, de liberação para a DNA Propaganda, a título de antecipação, do valor acima referido de R$ 73.851.000,00. HENRIQUE PIZZOLATO, pessoalmente, assinou três das quatro antecipações delituosas (…). Os recursos foram transferidos para a DNA Propaganda sem a comprovação, entretanto, dos serviços que teriam justificado tão vultoso pagamento.

Mais mentiras. Os três documentos assinados por Pizzolato não são “antecipações delituosas”, e sim pareceres internos sem nenhum poder deliberativo. E Pizzolato assinou junto com outros três diretores, cujos nomes sequer são citados na Ação Penal 470. Tudo é absurdo. O dinheiro da Visanet NÃO era público e Pizzolato não tinha acesso a ele. Os únicos executivos do BB com algum poder sobre o Fundo Visanet era a vice-presidência do Banco e a gerência de Propaganda e Marketing.

A procuradoria e Joaquim Barbosa não se preocuparam sequer em evitar contradições lógicas. Pizzolato é acusado pelo desvios do “bônus de volume” para a agência de Marcos Valério.

Os desvios teriam sido praticados de duas maneiras. Primeiramente, através de violações a cláusulas do mencionado contrato, que teriam permitido a apropriação, pela DNA Propaganda, de valores correspondentes ao bônus de volume, que supostamente deveriam ter sido devolvidos ao Banco do Brasil. O réu HENRIQUE PIZZOLATO, na condição de Diretor de Marketing do Banco do Brasil, teria permitido as mencionadas violações contratuais (…)

Ué? Se Joaquim Barbosa diz que os serviços da DNA não foram prestados, como então foram pagos bônus de volume?

O casco do mensalão está furado. A Ação Penal 470 envergonha a Justiça Brasileira. Pizzolato é inocente, mas ele não é um “lobo”. Não é um cara agressivo, astuto e maquiavélico como tantos outros, que hoje sorriem, autoconfiantes, sem ligar para a assombrosa injustiça que ele e sua esposa vem sofrendo há anos. Quanto à Globo, bem. O Cafezinho acaba de descobrir com quem Joaquim Barbosa aprendeu a montar “corporation” na Flórida… Mas isso é assunto para o próximo post...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Deu no Fantástico: e aí veio o Papa Francisco e resolveu as merdas todas

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco cumprimenta os presentes nesta grandiosa quermesse em louvor de Nossa Senhora dos Afogados e, estupefacto diante de texto assim tão cruel, pergunta: e daí, irmões cristões em cristo?
---xxx---

Copiei do Bar do Ateu

A água baixou.

Como? Para onde foi? Se cobria toda a Terra, baixou para onde? 
Bem, não importa.
O casal de leões, faminto, mata uma zebra, e com isso extingue para sempre a espécie zebra, pois um só indivíduo não pode continuar a prole.
No dia seguinte, a fome volta. 
E o casal de leões mata um antílope. Enquanto isso, um casal de tigres mata um búfalo, depois, uma gazela de Thomson. 
Em poucos dias não há mais presas de grande porte, e o casal de leões, por lógica simples, acaba morrendo de fome.

O dilúvio acabou. Parte 2. Humanos.

Os humanos não possuem geladeira e não podem estocar alimentos por muito tempo. 
Mas a Terra (e a terra do planeta Terra) está devastada. 
Por muito tempo será impraticável a agricultura e, mesmo que se pudesse plantar hoje, só poderiam colher algo meses e meses depois.
A família de Noé não pode matar um porco, uma galinha, uma vaca: a espécie será extinta se fizerem isso.

O dilúvio acabou. Parte 3. Peste.

A Terra está coberta de cadáveres putrefatos dos afogados. 
Pessoas de todas as idades, crianças pequenas que, durante a enchente implacável, tentaram desesperadamente agarrar as mãos de seus pais, que, também impotentes, sucumbiam à tragédia.
Uma epidemia de tifo ou de cólera é iminente. O cheiro dos cadáveres é insuportável. A família de Noé não conseguirá sepultá-los, são muitos, toda a humanidade morreu, sem chances de defesa.
O melhor mesmo é melhor sair dali, mas para onde?

O dilúvio acabou. Parte 4. Desequilíbrio perfeito.

Os ecossistemas terrestres estão inteiramente destruídos.
Para recuperá-los, serão necessários milhares de anos. 
Por falta deles, ficamos sem assunto sobre isso.
Sim, um evento desse porte é de deixar qualquer um atônito, sem palavras.
É de deixar qualquer um morto.

Postado por Perce Polegatto

Anotações sobre petistas e cutistas de merda na Petrobras

Leio aqui que a Refinaria da Petrobrás em Araucária/PR submeteu seus trabalhadores a jornadas excessivas de trabalho, o que não me espanta porque, se me permitem, fui modesto secretário-geral do Sindipetro PR/SC de 1984 a 1993 e, no já distante século passado, a gerantaida arrogante da empresa era alvo da nossa luta contra essas e outras merdas e malfeitos assemelhados.

O que me deixa estupefacto é que militantes do mais alto valor nos anos 80/90 ocupam hoje cargos e exercem funções de alta relevância na empresa, e cito especialmente Diego Hernandes (Gerente-Geral de RH) e Wilson Santarosa (Gerente-Geral de Comunicação), os mais vistosos, embora haja lá uma tropa de petistas jaguaras de merda e de cutistas jaguaras de bosta que fazem o jogo do pragmatismo mais fedido e pegajoso.


Estes dois são o exemplo acabado de gente que pulou a cerca, que mudou de lado, de gente que não merece mais o meu dispensável respeito.

Tenho definitivo nojo de vocês todos, seus merdas.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O PT não pode achar que perde Domingos Dutra impunemente

Leio aqui que Domingos Dutra, deputado federal pelo Maranhão, deixará o PT.
Lembro dele numa reunião da Direção Nacional da CUT no final dos anos 80 e, incondicionalmente, exijo que seja respeitado. 

Há algo de muito errado com o PT, meninos e meninas, e estou sendo discreto, não quero atiçar lagartos calientes sob o sol. 
Quando perdemos um quadro como este, bem, nós é que estamos errados. 
Liminarmente, sem choro nem vela, estamos fazendo merda. 
Não se perde Domingos Dutra impunemente.
Viva Domingos Dutra! 

Ainda há juízes em Brasília?

Copiei de IstoÉ


Feitiço contra feiticeiros no STF


Após quatro meses de espetáculo pela TV, a notícia é que alguns ministros do STF estão com medo de rever seus votos no julgamento do mensalão


Às vésperas da retomada do julgamento da Ação Penal 470, quando o STF irá examinar os recursos dos 25 condenados, o ambiente no tribunal é descrito da seguinte forma por Felipe Recondo e Debora Bergamasco, repórteres do Estado de S. Paulo, com transito entre os ministros: 


“(...) há ministros que se mostram ‘arrependidos de seus votos’ por admitirem que algumas falhas apontadas pelos advogados de defesa fazem sentido. O problema (...) é que esses mesmos ministros não veem nenhuma brecha para um recuo neste momento. O dilema entre os que acham que foram duros demais nas sentenças é encontrar um meio termo entre rever parte do voto sem correr o risco de sofrer desgaste com a opinião pública.”

 

Pois é, meus amigos. 

 

Após quatro meses de espetáculo pela TV, a notícia é que alguns ministros do STF estão com medo. Não sabem como “encontrar um meio termo entre rever parte de seu voto sem correr o risco de sofrer desgaste com a opinião pública.”

 

É preocupante e escandaloso. 

 

Não faltam motivos muito razoáveis para um exame atento de recursos. Sabe-se hoje que provas que poderiam ajudar os réus não foram exibidas ao plenário em tempo certo. Alguns acusados foram condenados pela nova lei de combate à corrupção, que sequer estava em vigor quando os fatos ocorreram – o que é um despropósito jurídico. Em nome de uma jurisprudência lançada à última hora num tribunal brasileiro, considerou-se que era razoável “flexibilizar as provas” para confirmar condenações, atropelando o direito à ampla defesa, indispensável em Direito. Centenas de supressões realizadas pelos ministros no momento em que colocavam seus votos no papel, longe das câmaras de TV, mostram que há diferença entre o que se disse e o que se escreveu. 

 

O próprio Joaquim Barbosa suprimiu silenciosamente uma denúncia de propina que formulou de viva voz, informação errada que ajudou a reforçar a condenação de um dos réus, sendo acolhida e reapresentada por outros ministros. 

 

Eu pergunto se é justo, razoável – e mesmo decente – sufocar esse debate. Claro que não é. 

É perigoso e antidemocrático, embora seja possível encher a boca e dizer que tudo o que os réus pretendem é ganhar tempo, fazer chicana. Numa palavra, garantir a própria impunidade. 

 

Na verdade estamos assistindo ao processo em que o feitiço se volta contra o feiticeiro. E aí é preciso perguntar pelo papel daquelas instituições responsáveis pela comunicação entre os poderes públicos e a sociedade – os jornais, revistas, a TV. 

 

O tratamento parcial dos meios de comunicação, que jamais se deram ao trabalho de fazer um exame isento de provas e argumentos da acusação e da defesa, ajudou a criar um clima de agressividade e intolerância contra toda dissidência e toda pergunta inconveniente.

 

Os réus foram criminalizados previamente, como parte de uma campanha geral para criminalizar o regime democrático depois que nos últimos anos ele passou a ser utilizado pelos mais pobres, pelos eternamente excluídos, pelos que pareciam danados pela Terra, para conseguir alguns benefícios – modestos, mas reais -- que sempre foram negados e eram vistos como utopia e sonho infantil. 

 

(A prova de que se queria criminalizar o sistema, e não corrigir seus defeitos, foi confirmada pelo esforço recente para sufocar toda iniciativa de reforma política, vamos combinar.)

 

No mundo inteiro, os tribunais de exceção consistem, justamente, num espetáculo onde a mobilização é usada para condicionar a decisão dos ministros. 

 

“Morte aos cães!”, berravam os promotores dos processos de Moscou, empregados por Stalin para eliminar adversários e dissidentes. 

 

Em 1792, no Terror da Revolução Francesa, os acusados eram condenados sumariamente e guilhotinados em seguida, abrindo uma etapa histórica conhecida como Termidor, que levou à redução de direitos democráticos e restauração da monarquia. 

 

No Brasil de 2013, a pergunta é se os ministros vão se render ao medo.