Eu visito o Maria da Penha Neles todos os dias
Uma violenta tempestade obrigou B16 a interromper sua homilia diante dos jovens. Um forte vento, acompanhado de chuva e trovões, começou a soprar e o representante de Deus em nosso planeta, embora protegido por um grande guarda-chuva branco, teve que parar sua fala.
O roteiro de B16 mandava que ele conclamasse alguns
bisonhos jovens do país a respeitar o matrimônio entre homem e mulher. España: Una lluvia evitó que el
Papa hiciera llamado a respetar matrimonio “entre hombre y mujer”.
Flagrante
do milagre gay. Questão para debate: quem canonizar?
Apoiada
pela Opus Dei, cujo link recuso-me a dar, a visita de B16 custou cerca de 100
milhões de euros. Tudo para ser recebido por alguns jovens drogados pela
religião. “A religião é o ópio do povo, não se drogue com os nossos impostos”,
dizia um dos muitos divertidos cartazes nas manifestações contrárias ao evento.
B16 e a
igreja católica sempre gostaram da Espanha. A reincidente visita de Ratzinger
ao país insere-se na obsessão de recristianizar um país onde o medo da igreja e
do franquismo conseguiu pôr o povo de joelhos. Sua intromissão na política
interna foi uma ajuda ao PP para as eleições que se avizinham.
O ditador
vitalício do Vaticano não pediu perdão ao povo espanhol pela colaboração da sua
igreja com a ditadura franquista, com os seus crimes e com a onda de terror
que, durante anos, percorreu Espanha.
Os dois
últimos papas, através de provocativas canonizações, não fizeram mais do que
dar o aval aos que se comprometeram com uma das mais sangrentas ditaduras
europeias.
Joseph
Ratzinger chefia uma Igreja que é um estado. Em visita a Espanha ou Portugal,
explora oportunamente essa duplicidade: enquanto último monarca absoluto da
Europa, é recebido pelas autoridades estatais; enquanto líder religioso, opina
sobre política interna (da contracepção ao suicídio assistido e ao casamento
civil) – o que jamais seria tolerado a outro chefe de Estado estrangeiro.
O
regresso do Papa ao bairro do Vaticano deixa a Espanha com ar mais respirável.
(Enquanto
isso, há uma boa notícia: o número de católicos cai e
— felizmente — o de ateus e — infelizmente — o de evangélicos sobem).
Com a História, trechos do Diário Ateísta e agências de notícias
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O Ornitorrinco Desavisado pede a palavra para dizer
jubilosamente que o suposto phodão ridiculamente emplumado que representa o
deus cristão inexistente, que não passa na verdade de mero tomador de grana de
incautos e de vomitador de dogmas insustentáveis, e de mentiras e falcatruas
cabeludas, bem, B16, o alemão infalível, cagou-se diante da tempestade e
recolheu-se à sua perfeita e definitiva insignificância.
Embora deuses assim não existam, penso num que seja
tolerante e sem medo das diferenças e imagino – só de sacanagem – esse deus
legal provocando o furdunço que impediu o patifão do vaticano a falar as merdas
“sagradas” de sempre.
Eles todos se fuderam. Que delícia.
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